O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou esta quinta-feira um programa “50 milhões de euros para ajudar as empresas de turismo”, que será gerido pelo Turismo de Portugal, direcionado aos edifícios do setor.
O anúncio foi feito durante o 33.º congresso da Associação Nacional da Hotelaria e Turismo (AHP), que decorre entre quinta e sexta-feira em Fátima, evento durante o qual o ministro “tomou nota” dos pedidos de ajuda dos empresários, salientando que a dificuldade “é adequar o tempo da política à economia”, noticiou o Diário de Notícias.
Na sua opinião, “mesmo com abrandamento, o país continua a crescer” e não são necessários “cenários irrealistas, nem catastrofistas”, avançando que as “exportações vão chegar a 49% do PIB este ano” e que “temos de agarrar as valências do país e conquistar o futuro”.
“A banca é absolutamente fundamental, mas a banca comercial aposta no curto prazo e as empresas precisam do longo prazo. Há uma mudança de paradigma em curso. As empresas precisam de reforçar os seus capitais próprios para terem mais autonomia e temos de confiar nas empresas”, referiu.
O ministro destacou ainda “o papel do Banco de Fomento, agora com nova administração” e que “vai estar próximo das empresas e ser capaz de fomentar o crescimento da nossa economia”.
Na abertura do evento, o presidente da AHP, Bernardo Trindade, declarou que “os anos da pandemia fizeram-nos recuar 20 anos em dormidas e 10 anos em proveitos”.
“Realisticamente temos de ser ajudados”, disse. “O peso da eletricidade e do gás é muito, muito grande”, alertou e colocando a AHP ao dispor para discutir como pode o governo ajudar o setor. “Basta copiar o ótimo exemplo do Turismo de Portugal no microcrédito”, exemplificou.
“Durante a pandemia perdemos 45 mil ativos, há falta de mão de obra e o serviço, sejamos claros, piorou”, apontou, indicando que “precisamos de trabalhar num novo paradigma de benefícios aos trabalhadores”.
Já o presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, lembrou que “a única certeza que temos é a incerteza para 2023”. Já 2022 “foi muito bom no turismo, mas não deu para cobrir os prejuízos dos anos de pandemia”.
Embora tenha elogiado o acordo de rendimentos entre parceiros e governo, frisou que o aeroporto é um dos temas a resolver. Não melhorar o turismo porque não há aeroporto “é uma vergonha nacional”, comentou.
Sobre a semana dos 4 dias, falou na “falta de oportunidade total, quando o país está em pleno emprego, não faz qualquer sentido”.
O presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, afirmou que a sustentabilidade e descarbonização não podem ser esquecidas e “são grandes os desafios para o setor”, sendo que o da demografia é um dos maiores.