O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, “lamenta e repudia as decisões associadas a praxes académicas”, que determinam que, caso as aulas presenciais sejam retomadas, aquelas atividades devem decorrer, recorrendo a medidas como o uso obrigatório de máscara e a grupos menores.
“Num momento de crise pandémica como o que se vive atualmente, que reclama de todos os atores do ensino superior o maior sentido de responsabilidade para garantir a contenção da pandemia e a redução do risco sanitário, é incompreensível haver decisões deste teor relativamente a atividades que nem são essenciais nem são desejáveis nos espaços académicos”, criticou o ministro, citado pelo Expresso.
O líder do Conselho de Veteranos, Matias Correia, disse à agência Lusa que as “praxes deverão decorrer à mesma, visto que passa a haver aulas presenciais” e que vai ser possível “ter 15 pessoas numa sala”. A decisão “foi tomada em articulação com a reitoria da Universidade de Coimbra”, referiu.
Além disso, “se as pessoas não estiverem na praxe estarão num bar ou numa esplanada”, pelo que o risco de contágio “não é amplificado pelas atividades praxísticas”. Caso surja um surto na comunidade estudantil de Coimbra essas atividades serão suspensas, garantiu.
Manuel Heitor tem criticado as praxes, que “humilham e desvalorizam a autoestima dos mais novos”, apelando a atividades de integração que passem pela cultura, desporto e iniciativas de cariz cívico e social.
Manuel Heitor reforçou o “total apoio ao combate a manifestações de abuso, humilhação e subserviência realizadas entre grupos de estudantes, sejam no espaço público ou dentro das instituições”. E as críticas sobem de tom numa altura em que o país e o mundo tentam controlar os surtos provocados pelo novo coronavírus.