A ministra do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou este sábado que desconhecidos atacaram um dos edifícios do canal estatal Venezolana de Televisión (VTV).
“Opositores violentos atacaram as instalações da VTV em San Cristóbal, na madrugada”, escreveu a responsável na sua conta no Twitter. A ministra questionou se o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) teria algo para dizer sobre o ataque, que teve lugar no estado de Táchira, a 840 quilómetros a sudoeste de Caracas.
O CNP é a entidade responsável pela atribuição da carteira profissional de jornalista no país e denunciou recentemente (em conjunto com o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa), 116 casos de agressões a profissionais da comunicação social.
Estes casos teriam ocorridos desde 12 de fevereiro passado, quando cobriam protestos nas ruas, havendo denúncias de que algumas das agressões teriam sido feitas por funcionários de organismo de segurança do Estado.
Embora a ministra se refira aos agressores como “opositores violentos”, órgãos do Sistema Bolivariano de Comunicação e Informação (Sibci), como o CiudadCcs, atribuem o atentado a “grupos fascistas“.
Entretanto a VTV transmitiu um vídeo no qual é possível visualizar o que parece ser um atentado com engenhos explosivos e danos materiais ao prédio. Na sexta-feira, em San Cristóbal, um grupo de cidadãos saqueou um camião carregado com botijas de gás, e um grupo de três dezenas de motociclistas encapuçados atacou a sede da Câmara Municipal de Girardot, no Estado de Arágua, 100 quilómetros a oeste de Caracas.
Os atacantes incendiaram a biblioteca pública, um multibanco, o corredor de entrada e pelo menos duas viaturas.
O incêndio destruiu mais de 500 obras de arte de grande valor histórico. Também em Arágua, na última quinta-feira, coletivos alegadamente afetos à revolução bolivariana, atacaram um conjunto residencial em San Isidro, atirando ‘cocktails-molotov’ contra os edifícios onde se encontravam jovens que nesse dia protestaram contra o regime.
Residentes na localidade dão conta que os atacantes danificaram 40 viaturas e incendiaram outras 10, sem que a polícia tentasse impedir as agressões.
Desde há seis semanas que se registam diariamente protestos na Venezuela que têm desencadeado situações de violência que já ocasionaram pelo menos 37 mortos, 81 denúncias de alegadas violações de Direitos Humanos e avultados danos materiais.
O Governo venezuelano insiste que está em curso um “golpe de Estado continuado” contra o Presidente legitimamente eleito Nicolás Maduro. O Governo culpa a oposição pela violência e a oposição diz que a responsabilidade é do executivo.
/Lusa