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Ministério Público impede colaboração de Rui Pinto com autoridades francesas

Rui Pinto / Twitter

Hacker Rui Pinto

Depois das autoridades húngaras permitiram a cópia de documento por parte dos franceses, sem consulta às autoridades portuguesas, o Ministério Público continua sem aprovar a colaboração do hacker com o país.

As autoridades francesas esperam há praticamente um ano pela ajuda de Rui Pinto. Em causa estão investigações que têm por base documentos que o hacker português pirateou.

No entanto, a decisão de ajudar ou não, não depende só do português, pois para que possa colaborar os inspetores franceses é necessário que o Ministério Público nacional dê “luz verde” para que tal aconteça.

De acordo com o Público, a decisão pretende-se com o facto de as autoridades francesas terem copiado conteúdos dos discos rígidos de Rui Pinto em Budapeste sem antes consultarem os investigadores portugueses.

O jornal relata que as autoridades francesas viajaram até à Hungria e, além de acederam aos discos rígidos do pirata informático, copiaram todos os ficheiros, sem que a Polícia Judiciária portuguesa tivesse qualquer conhecimento.

Segundo apurou o mesmo jornal, o Ministério Público português entende que a decisão de França ter copiado os ficheiros sem informar Portugal – numa altura em que a investigação a Rui Pinto estava sob sua alçada – terá sido um comportamento reprovável.

O Público frisa que em setembro do ano passado um procurador francês enviou um e-mail ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em que eram solicitadas as passwords dos discos rígidos, mas estas não foram fornecidas.

Em 2019, Rui Pinto tornou-se numa testemunha-chave de uma investigação de grande dimensão em França ao revelar documentos importantes com potenciais provas de crimes financeiros, económicos e desportivos praticados em múltiplos países – só que as autoridades não conseguem aceder aos mesmos sem a sua ajuda.

Aguarda-se agora a palavra final será do MP português, mas, Francisco Teixeira da Mota, advogado do hacker, diz que este continua “disponível” para colaborar com as autoridades francesas no processo.

“Esteve prevista a deslocação dos procuradores franceses, mas esta não veio a concretizar-se”, confirma Teixeira da Mota.

Em resposta ao Público, o Ministério Público francês afirma que o inquérito continua em aberto, não adiantando o ponto da situação com o MP português.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

ZAP //

 

 

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