Os procuradores do Ministério Público pediram informações sobre as doações da EDP à Universidade Columbia, onde Manuel Pinho deu aulas, tendo contado com a ajuda de um investigador do FBI.
Segundo avança o Correio da Manhã esta sexta-feira, os procuradores do Ministério Público que investigam as rendas energéticas pagas à EDP – o caso dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) – pediram apoio ao FBI e ao regulador da bolsa norte-americana (SEC) para obter informações sobre o arguido Manuel Pinho.
Em causa está o período em que o ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates foi professor na Universidade Columbia, em Nova Iorque. O objetivo, escreve o CM, era cruzar elementos entre as doações feitas pela EDP à universidade norte-americana e os contratos relativos aos CMEC negociados entre Manuel Pinho e a empresa.
O jornal teve acesso a um email enviado, em maio de 2016, pela procuradora-adjunta Rita Costa Simões, a pedido do procurador Carlos Casimiro, no qual explicava a um responsável da SEC que corria em Portugal “uma investigação visando a companhia elétrica nacional”.
“A empresa fez importantes doações à Universidade Columbia ao mesmo tempo que o antigo ministro da Economia Manuel Pinho foi convidado para lá lecionar”, cita o diário.
Depois de realizar vários contactos com o Departamento de Justiça norte-americano, o responsável da SEC encaminhou a procuradora para um investigador do FBI. Cinco dias depois, esse investigador enviou uma lista de documentos da universidade com dados relativos ao ex-governante, montantes doados por empresas à universidade (em que se inclui a EDP) e salários pagos a docentes.
Esta semana, o Observador também avançou que os procuradores estão a tentar estabelecer uma ligação entre este processo e os casos Sócrates e BES. O MP quer apurar se os valores transferidos pela offshore ES Entreprises, considerada o saco azul do GES, para Manuel Pinho terão sido eventuais “luvas” pelos alegados benefícios concedidos pelo ex-ministro e pelo Governo socialista à EDP.
Mais um “mânfio” á boa maneira tuga.