A próxima missão de reabastecimento da Estação Espacial Internacional (EEI) incluirá células estaminais que, no Espaço, serão transformadas em minúsculos modelos 3D do cérebro humano.
Quase uma em cada seis pessoas em todo o mundo é afetada por doenças neurológicas que vão desde Alzheimer e Parkinson até epilepsia e enxaquecas.
Investigadores da startup de biotecnologia Axonis estão a trabalhar para ajudar a melhorar os tratamentos destes pacientes e vão aproveitar o Laboratório Nacional da Estação Espacial Internacional (EEI) para o efeito.
As descobertas vão dar uma grande ajuda no avanço da modelagem de doenças e podem levar ao desenvolvimento de novas terapias para tratar distúrbios neurológicos.
Por isso, e muito breve, células estaminais serão lançadas rumo à EEI. O objetivo é transformá-las em minúsculas versão esféricas e simplificadas do cérebro humano.
De acordo com o comunicado do ISS National Lab, um laboratório nacional financiado pelo governo dos Estados Unidos, as células foram derivadas de células adultas da pele humana. O mecanismo deu origem a estas “células estaminais pluripotentes” que, quando induzidas sob a influência de vários estímulos químicos, podem transformar-se em qualquer tipo de célula do corpo.
Neste caso, e a bordo da EEI, as células serão induzidas a formar neurónios, as células responsáveis por enviar sinais elétricos e químicos no cérebro, assim como microglia e astrócitos, dois tipos de células encontradas no cérebro que realizam várias funções, incluindo defender este órgão de infeções.
Juntos, estes três tipos de células vão agrupar-se em pequenas esferas, conhecidas como “esferóides”, que podem ser usadas para modelar doenças cerebrais humanas e testar terapias e medicamentos.
Mas porquê no Espaço? Sob a gravidade da Terra, os “esferóides” podem encontrar alguma dificuldade em crescer na forma 3D ideal, pelo que a equipa de cientistas responsável por este projeto avaliará como crescem os minicérebros sob a microgravidade da EEI.
Além de cultivar os esferóides, a equipa também irá testar uma terapia genética nos modelos 3D, projetada para afetar apenas os neurónios. O objetivo é analisar a precisão do tratamento em depositar a sua carga útil apenas neste tipo de célula cerebral.
As células estaminais estarão entre a carga da 19ª missão de reabastecimento comercial da Northrop Grumman para a NASA, cujo lançamento está agendado para dia 1 de agosto.