Os exoplanetas “mini-Neptunos”, que são versões mais pequenas no gigante gasoso, podem, afinal, não ser planetas gasosos compostos por hidrogénio e hélio como se pensava anteriormente.
Um novo estudo do Laboratoire d’Astrophysique de Marseille, em França, sugere que os astrónomos podem estar completamente errados sobre os exoplanetas “mini-Neptunos”.
Estes planetas, que se pensavam ser versões mais pequenas do gigante gasoso Neptuno, podem ser, na verdade, exoplanetas rochosos cobertos por oceanos densos e profundamente radioativos.
O estudo, que foi publicado em junho na revista científica The Astrophysical Journal Letters, ameaça derrubar as barreiras entre duas classes de exoplanetas que os astrónomos pensavam ser totalmente separados.
Para estudar exoplanetas, os investigadores usam várias técnicas de imagem para descobrir a densidade, composição química e se possui uma atmosfera. No caso dos mini-Neptunos, a maioria dos cientistas assumiu que a sua baixa densidade e massa significava que estavam revestidos de uma atmosfera espessa e gasosa.
O novo estudo revela que, em vez disso, alguns mini-Neptunos podem ter oceanos de líquido supercrítico altamente pressurizado e aquecido que foi irradiado por um poderoso efeito estufa. O oceano, onde a água está numa estado exótico entre o líquido e o gasoso, assim como a atmosfera de um gigante gasoso, poderia explicar a baixa densidade e massa dos exoplanetas.
Os autores observam que o mini-Neptuno K2 18b, onde a água foi vista, encaixa-se perfeitamente no perfil de um planeta oceânico supercrítico com cerca de 37% de água.
De acordo com um comunicado do CNRS (Centre national de la recherche scientifique), um outro estudo constatou que os mesmos oceanos radioativos também poderiam existir em exoplanetas rochosos “super-Terra” um pouco mais pequenos, uma vez que os seus ambientes são capazes do mesmo efeito estufa poderoso que os mini-Neptunos.
Muitos dos cálculos ainda precisam de ser testados e verificados através de mais observações de exoplanetas. Mas, se se confirmar, as descobertas sugerem que os vários mundos podem ser muito mais parecidos do que se pensava.