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Milhares de anos depois, arqueólogos podem ter localizado o túmulo de Alexandre, o Grande

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Há milhares de anos que a localização do túmulo de Alexandre, o Grande é um mistério por causa de lutas governamentais e confusão arqueológica. Porém, agora, dois investigadores acreditam ter resolvido este enigma.

A localização do túmulo de Alexandre, o Grande é um dos maiores mistérios do mundo arqueológico. Porém, dois especialistas contemporâneos podem tê-lo desvendado.

Andrew Michael Chugg, autor de The Lost Tomb of Alexander the Great, e a arqueóloga Liana Souvaltz acreditam que estão mais perto do que nunca de encontrar o túmulo de um dos maiores conquistadores da história – mas há alguns obstáculos que impedem o seu caminho.

Sobre o enterro de Alexandre, o Grande, há mais perguntas do que respostas. De acordo com a National Geographic, os historiadores modernos concordam que o antigo rei foi enterrado em Alexandria, no Egito.

Quando morreu aos 32 anos, os seus conselheiros enterraram-no inicialmente em Memphis, no Egito, antes de decidir movê-lo para Alexandria. A sua sepultura tornou-se um local de culto, embora um ciclo de terremotos e aumento do nível do mar ameaçasse cada vez mais a cidade. No entanto, sobreviveu durante séculos.

Em 2019, Calliope Limneos-Papakosta, diretora do Instituto de Pesquisa Helénica da Civilização Alexandrina, realizou escavações sob a Alexandria moderna e fez um tremendo progresso na descoberta do túmulo do imperador. O arqueólogo Fredrik Hiebert expressou na altura o seu entusiasmo. “Esta é a primeira vez que as fundações originais de Alexandria foram encontradas”, sustentou Hiebert.

Embora um salto promissor, o túmulo de Alexandre ainda não tinha sido encontrado. De acordo com a Ancient Origins, o corpo desapareceu quando o imperador romano Teodósio proibiu o culto pagão em 392.

No entanto, de acordo com o All That’s Interesting, Chugg e Souvaltzi podem ter chegado mais perto do que nunca. Souvaltzi acreditava que o desejo de Alexandre de ser enterrado no templo do deus egípcio Amun Ran lhe foi concedido, levando-a a solicitar permissão para escavar o Oásis de Siwa em 1984. As autoridades egípcias concederam-no em 1989.

Em Siwa, Souvaltzi encontrou estátuas de leões, uma entrada e uma sepultura helenística de 524 metros quadrados. O arqueólogo acreditava que as esculturas e inscrições, que se referiam ao transporte de um corpo, foram escritas pelo famoso companheiro de Alexandre, Ptolomeu.

Embora tenha sido anunciado em 1995 que a sepultura do antigo rei tinha sido finalmente encontrada, o governo grego pediu ao governo do Egito que interrompesse as escavações, à medida que as tensões entre os dois aumentavam. Souvaltzi continua a tentar retomar a escavação, já que as últimas descobertas de Chugg se tornaram promissoras.

No seu livro, Chugg explicou que a sepultura original de Alexandre transformada em templo perto de Memphis, no Egito, no complexo Serapeum, foi construída pelo faraó Nectanebo II. Guardada por esculturas de poetas e filósofos gregos, era a escolha óbvia para acolher o túmulo de Alexandre.

Agora, 16 anos após a publicação do livro, novas evidências parecem apoiar essa aposta. Uma peça de alvenaria encontrada nas fundações de São Marcos em Veneza, Itália, corresponde inteiramente às dimensões do sarcófago de Nectanebo II no Museu Britânico, o que pode confirmar a localização do túmulo de Alexandre.

Como o corpo desapareceu em 392 e o túmulo de São Marcos apareceu ao mesmo tempo, os pontos estão a ser conectados. Chugg defende que o corpo de Alexandre foi roubado de Alexandria por comerciantes venezianos que o confundiram com São Marcos, e levado para Veneza, onde terá sido venerado, como sendo São Marcos, na Patriarcale di San Marco da Catedral da Basílica.

Para Chugg, que disse que o fragmento encontrado em Veneza tem “exatamente a altura e o comprimento certos” para formar o revestimento externo do sarcófago na Grã-Bretanha, isso significa que os restos sepultados em Veneza são os de Alexandre, o Grande.

Alexandre, o Grande, que morreu na Babilónia em 323 a.C., terá sofrido da Síndrome de Guillain-Barré, ou GBS, distúrbio auto-imune que fez com que o conquistador apresentasse sintomas como dor abdominal e paralisia progressiva que acabariam por o deixar incapaz de se mover. Apesar desses sintomas, permaneceu mentalmente são.

Durante vários anos, os especialistas interrogaram-se sobre a razão pela qual o seu corpo não se decompôs depois que ter morrido dias antes. Segundo a teoria mais recente, o GBS fez com que parecesse morto, mas estava vivo e incapaz de contar a alguém antes de ser sepultado.

Enquanto outros historiadores acreditam que Alexandre morreu de febre tifóide, malária, envenenamento por álcool ou foi assassinado, a teoria defende que a estranha doença foi induzida por uma infecção por Campylobacter pylori – uma bactéria comum na época.

ZAP //

10 Comments

  1. Caro ZAP, boa tarde.
    Sou V/leitora assídua, sendo que já por várias vezes me responderam; é sempre um prazer. 🙂
    Presumo que estes artigos sejam traduzidos por Vós e posteriormente reescritos em Português.
    Existem, neste em particular, vários casos estranhos, mas como o tema de “Alexandre, o Grande” me é tão querido, deixei-me embalar na narrativa; também não são muito graves… 🙂
    No entanto, e logo no 1º parágrafo em negrito (ou bold), consta: “… dois investigadores acreditam ter este enigma.” – deveria constar algo como “…enigma resolvido/solucionado” ou “… ter solucionado/resolvido este enigma”.
    Já mais no corpo do artigo, atentem p.f. neste parágrafo:
    “Em 2019, Calliope Limneos-Papakosta, diretor do Instituto de Pesquisa Helénica da Civilização Alexandrina, conseguiu cavar sob a Alexandria moderna e fez um tremendo progresso na descoberta do túmulo do governante. “Esta é a primeira vez que as fundações originais de Alexandria foram encontradas”, disse o arqueólogo Fredrik Hiebert.”
    1) Calliope Limneos-Papakosta é uma senhora, como tal deveria constar “diretora”;
    2) Ao introduzirem de seguida o que disse outro arqueólogo, fica estranho, pelo menos da forma como o fazem…
    Mas tudo isto são meras opiniões, desejo a toda a equipa do ZAP muita saúde e bom trabalho. 🙂

  2. A minha teoria é que morreu de acidente automóvel nalguma corridinha como aquelas que certos jovens fazem por aí, também era jovem e possivelmente suficiente maluco para tais aventuras!

  3. também podiam ter esclarecido/acrescentado que o tal Ptolomeu não foi só companheiro de Alexandre, foi governante do Egipto, dando origem à dinastia ptolomaica, e que “raptou” o cadáver de Alexandre quando este ia a caminho da Macedónia, precisamente para validar a sua reclamação de seu sucessor.

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