Novo presidente da EDP agradece “trabalho incansável” de Mexia e Manso Neto

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Miguel Stilwell de Andrade, novo presidente executivo da EDP e EDP Renováveis

O novo presidente executivo da EDP e EDP Renováveis agradeceu, esta terça-feira, o “trabalho incansável” de António Mexia e João Manso Neto e garantiu que a empresa vai continuar a colaborar com as autoridades para esclarecer o processo das rendas excessivas.

“Queria começar por agradecer a António Mexia e a João Manso Neto pela liderança e o trabalho incansável que marcou muito os últimos 15 anos da EDP”, afirmou Miguel Stilwell de Andrade, numa conferência de imprensa online, que foi escolhido pelos acionistas como novo presidente do Conselho de Administração Executivo (CAE) até 2023, com 99,98% dos votos.

O novo presidente executivo, que já tinha ocupado a função durante cinco meses como interino, destacou a expansão da EDP a quase 19 mercados, a aposta nas energias renováveis e o reforço do “ADN” da elétrica como uma empresa inovadora como os grandes marcos da gestão de Mexia, no grupo EDP, e de Manso Neto, na EDP Renováveis (EDPR).

“Não posso deixar de dizer que a EDP sempre colaborou e irá colaborar com as autoridades para esclarecer o que está em causa”, acrescentou, garantindo que a empresa sempre operou “de forma ética”, referindo-se à investigação às rendas excessivas da EDP, que levou à saída de Mexia e Manso Neto da empresa, arguidos no processo por suspeitas da prática de quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio.

O presidente executivo adiantou ainda que está a ser feita uma “reflexão estratégica”, para anunciar durante o primeiro trimestre, em data ainda a fixar entre o final de fevereiro e o início de março, “um plano estratégico com ambição até 2025”.

Stilwell de Andrade agradeceu também o trabalho de Teresa Pereira, Martins da Costa, Marques da Cruz, que deixam o CAE, e adiantou que os três vão assumir outras posições de destaque na empresa.

Relativamente à redução do número de membros do CAE de nove para cinco elementos, o presidente executivo defendeu que a equipa mais pequena “garante visão estratégica, experiência, foco em criação de valor e ambição em liderar a transição energética” e que foi escolhida pelo “mérito, pelas capacidades de gestão e pela visão global”.

O presidente executivo do grupo EDP assumirá ainda as funções de presidente da EDPR, que foi também um dos temas aprovados pela assembleia-geral desta terça-feira, justificando a decisão com o peso que as renováveis têm atualmente na empresa.

Questionado sobre a pertinência de manter a EDP e a EDPR separadas e cotadas em bolsa, Stilwell de Andrade disse não estar nos planos retirar a EDPR da bolsa, considerando positivo a transparência que isso acarreta, numa área que está em crescimento expressivo.

Já sobre a diminuição da participação na estrutura acionista da China Three Gorges, o novo líder não teceu muitos comentários, porém sublinhou o compromisso assumido pela empresa chinesa “com a gestão e com a parceria de longo prazo” com a EDP.

Relativamente à mudança política nos Estados Unidos, onde a EDP fez investimentos na área das renováveis, com a tomada de posse de Joe Biden esta quarta-feira, um democrata que tem defendido a adoção de políticas ambientais – ao contrário do presidente cessante, Stilwell de Andrade considerou que o momento pode representar “uma oportunidade muito grande” para a elétrica portuguesa, que está a “estudar um plano” relativamente aos planos para aquele país, para incluir no plano estratégico que será conhecido ainda este trimestre.

ZAP // Lusa

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