O social-democrata madeirense Miguel de Sousa anunciou esta quinta-feira que pretende apresentar a sua candidatura à liderança regional do partido a 20 de março, demarcando-se da política de Alberto João Jardim nos últimos 13 anos.
“Eu acho que tenho legitimidade para admitir que devo apresentar uma candidatura à liderança do PSD [Madeira]. Julgo que toda a gente está à espera disso, talvez há 30 anos”, disse Miguel de Sousa aos jornalistas à margem de um evento no Funchal relacionado com a empresa de Cervejas da Madeira, da qual é administrador.
O deputado do PSD-M, que já foi vice-presidente de Alberto João Jardim e secretário regional, adiantou que “gostava de apresentar um programa para a Madeira sair desta dificuldade financeira”.
“Acho que tenho solução e gostava de apresentar. Tenho os contactos para fazer com que se torne realidade, porque falar de sonhos impossíveis de realizar não vale a pena”, declarou, defendendo que os projetos de sucessão a Jardim “não devem ser baseados em pessoas, mas em ideias, em projetos”.
Separar as águas
Miguel de Sousa sustentou que a Madeira precisa de “outra expectativa, outra esperança, outro caminho, porque este está muito mau e tem que ser alterado, mudado”.
O dirigente social-democrata madeirense afirmou que se “demarca destes últimos 13 anos” da liderança de Alberto João Jardim.
“Temos aqui uma década muito pesada, que trouxe à Madeira uma dívida quase impossível de suster e precisamos de políticas capazes de fazer com que a Madeira caminhe com viabilidade económica, prosperidade e honre os seus compromissos”.
Miguel de Sousa referiu que pretende apresentar oficialmente a sua candidatura a 20 de março, o primeiro dia da primavera, considerando ser “o melhor dia para falar de um caminho diferente para o futuro, apresentar uma solução real para esta enorme dificuldade”.
Eleições não antecipadas
Sobre a antecipação do congresso eletivo que está marcado para 19 de dezembro, Miguel de Sousa salientou ter sido o primeiro a fazer proposta nesse sentido, na comissão política, mas foi rejeitada.
“Não fui a reboque de ninguém e sugeri que candidato assumisse a liderança do Governo da Madeira tão rápido quanto possível. Propus no verão, porque temos eleições europeias em maio, e, para mim, era começar logo a seguir uma campanha mínima. Não foi aceite e depois foi ratificada data de dezembro”, apontou.
O candidato sustenta ter “dificuldade em perceber” o que é que o líder de governo eleito nessa altura vai fazer, porque terá apenas “nove meses, com um orçamento aprovado antes por outro executivo e não dá tempo para ter um programa governativo”.
“Não sei se há tantas soluções diferentes”
Miguel de Sousa reforça que devem aparecer candidaturas diferentes, com ideias e soluções também diferentes, porque “se for para aparecer cinco ou seis com o mesmo projeto é melhor juntar todos e começar a trabalhar para pô-lo em funcionamento”.
“Mas não sei se há tantas soluções diferentes quantos os candidatos que se apresentaram. Penso que alguém anda à procura de milagres”, concluiu.
São conhecidas até ao momento as candidaturas à liderança do ex-presidente da câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, do ex-eurodeputado Sérgio Marques e do atual secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia.
/Lusa