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Metade dos portugueses pode passar fome e frio. O salário não chega para as despesas básicas

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O salário de metade dos portugueses empregados não chega para as despesas. Portugal é o terceiro país da Europa com mais trabalhadores precários.

Metade dos portugueses atualmente empregados sente que o seu salário não cobre todas as despesas, de acordo com o primeiro Barómetro Europeu sobre Pobreza e Precariedade, divulgado esta quarta-feira.

O relatório do estudo realizado pela empresa Ipsos referiu que a situação dos trabalhadores europeus é “muito preocupante, especialmente em Portugal e na Sérvia”.

“Ter um emprego não significa necessariamente ser capaz de sobreviver financeiramente”, escreveu num comunicado o autor do estudo, Etienne Mercier, sublinhando que esta situação afeta mais de um terço – 36% – dos trabalhadores europeus.

O estudo, encomendado pela organização não governamental francesa Secours Populaire Français, ouviu dez mil indivíduos, com 18 anos ou mais, em dez países: Alemanha, França, Grécia, Itália, Polónia, Reino Unido, Moldávia, Portugal, Roménia e Sérvia.

Quase três em cada dez europeus disseram que se encontram numa situação precária, o que os leva a renunciar a certas necessidades, como comer o suficiente ou aquecer as suas casas, alertou o barómetro.

De acordo com o Jornal de Negócios, no primeiro semestre deste ano, Portugal era o terceiro país da Europa com mais trabalhadores precários (17,2%). Pior só mesmo Espanha (17,3%) e Países Baixos (27,8%).

Entre abril e junho, o número aumentou: 17,8% dos trabalhadores por conta de outrem tinha um contrato precário, o que representa 756 mil vínculos deste tipo.

A situação é “muito preocupante”

Devido a uma “situação financeira difícil”, 62% dos europeus já restringiram as suas viagens e 46% já desistiram de aquecer as suas casas no inverno, apesar do frio.

Além disso, 38% dos inquiridos não faz três refeições por dia, 39% deixaram de comprar carne para poupar dinheiro e 10% recorrem a associações de caridade para obter alimentos.

Apesar de ter “melhorado ligeiramente” em relação ao ano passado, a situação continua “muito preocupante” em todos os países abrangidos pela investigação, disse o Secours Populaire Français.

Por outro lado, o barómetro sublinha que 76% dos europeus disseram estar preparados para se envolverem pessoalmente na ajuda às pessoas que vivem em pobreza.

Um número que é “particularmente elevado nos países onde as dificuldades sociais são mais comuns: Grécia, Portugal e Sérvia”, com 84%, referiu o relatório.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. «…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”.
    Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.
    O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
    Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.
    Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias.
    Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
    Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
    Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedades secretas.
    A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»

  2. Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores e Costa em oito anos deixou-os entregues ao seu pobre destino. Apenas entregou uns rebuçados para irem adoçando a boca. Prender esta malta ainda era pouco. Á semelhança do que foi feito ao 44 da cela de Évora.

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