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Messi está em negociações com o PSG (e abre-se guerra entre Barcelona e La Liga)

Alejandro Garcia / EPA

O Paris Saint-Germain já está a negociar um contrato com Lionel Messi. Entretanto, Barcelona e La Liga trocam acusações face à saída do argentino.

A notícia de que Lionel Messi não iria renovar contrato com o FC Barcelona caiu que nem uma bomba na imprensa desportiva esta quinta-feira. Agora, começa-se a especular o possível destino do jogador, havendo já um provável candidato à sua contratação.

O clube em causa é, nada mais nada menos, do que o suspeito do costume: Paris Saint-Germain. O emblema parisiense já está em negociações com o astro argentino, segundo vários relatos da imprensa internacional e do jornalista especializado no mercado de transferências Fabrizio Romano.

O jornalista italiano escreve que o PSG “está confiante em encontrar a ‘estrutura de negócio’ certa em breve para contratar Leo Messi”. O clube abriu negociações com o jogador ainda esta quinta-feira, aquando do anúncio da sua saída do Barcelona.

Entretanto, este sábado, o clube parisiense veio negar já ter chegado a acordo com o jogador, na sequência dos tweets de Khalifah Bin Hamad Al Thani, um dos membros da família do emir do Qatar que comprou o PSG, que garantiu que as negociações estavam “oficialmente concluídas”.

Segundo o jornal Record, que cita o Goal, o departamento de comunicação do emblema francês referiu que as alegações de que já haja acordo são “falsas”, confirmando que “não há nenhum entendimento entre o clube e os representantes de Messi”.

Isso não significa, porém, que não haja conversações entre as duas partes e sabe-se que Neymar Jr., antigo colega de equipa de Messi nos culés, está a impulsionar a sua transferência.

Em Paris, Messi encontrará ainda a companhia dos compatriotas Leandro Paredes, Ángel Di María e Mauro Icardi.

Ainda esta quarta-feira, Neymar partilhou nas redes sociais uma fotografia de férias com Messi, Paredes, Di María e Verratti. Já aí, muitos internautas especularam a possível saída do então jogador do Barça.

 

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O próprio treinador do Paris Saint-Germain, Mauricio Pochettino, confirmou a possibilidade de Messi transferir-se para a capital francesa.

“Estamos a trabalhar no mercado, a analisar todas as possibilidades, sendo que [Messi] é uma delas”, disse o técnico parisiense na conferência de imprensa de antevisão do jogo de arranque da nova época em França.

Questionado se a chegada do jogador de 34 anos poderia significar a saída de Kylian Mbappé, Pochettino explicou que uma coisa não tem a ver com a outra.

De acordo com o jornalista espanhol Jose Alvarez Haya, em declarações à El Chiringuito TV, o PSG alegadamente reservou a Torre Eiffel para o dia 10 de agosto, por razões desconhecidas. A última vez que o fez foi quando o clube catalão anunciou a contratação de Neymar.

James Rodríguez, antigo jogador do FC Porto, também comentou a possível transferência de Messi, dizendo que se se concretizar, podem dar já todos os títulos ao clube francês.

“Se Messi for para o PSG, podem já dar-lhes todos os títulos, porque eles vão jogar sozinhos. Em Inglaterra não acho que possam pagar por ele, exceto o Manchester City”, disse o colombiano numa transmissão na Twitch.

Uma transferência para o Manchester City seria plausível. No entanto, em declarações à BBC, o treinador dos citizens, Pep Guardiola, descartou qualquer tipo de negociações pelo internacional albiceleste.

“Gastamos dinheiro com Jack Grealish e vai usar o número 10 porque o convencemos e pensamos que Leo [Messi] ficaria. Agora Leo não está nos nossos planos”, disse o treinador espanhol.

Procura-se o culpado pela saída de Messi

Joan Laporta, presidente do Barcelona, explicou esta sexta-feira a impossibilidade de renovar contrato com o Messi, apesar de terem chegado a acordo com o futebolista.

A massa salarial do clube é 110% dos lucros, pelo que o clube fica de mãos atadas face à regulamentação da La Liga.

“Não quero criar falsas esperanças. Há um limite de tempo, temos um teto salarial que não podemos passar, a Liga não deixa ampliar e não podemos colocar o clube em risco. Ele tem propostas, precisa de tempo para avaliar e executar as outras opções que tem. Messi queria ficar, e por isso não está contente, mas temos de enfrentar uma realidade que não podemos mudar”, explicou Laporta.

“Para garantir o fair play financeiro, o Barcelona teria de hipotecar direitos audiovisuais do clube durante 50 anos e não estou disposto a fazer isso. Temos uma instituição com 122 anos de história, que está acima dos jogadores, mesmo do melhor jogador do mundo. Agradecemos-lhe eternamente, mas o clube está acima de tudo. Agora começa uma nova era”, acrescentou.

A questão de hipotecar os direitos audiovisuais do clube não passou ao lado do presidente da La Liga, que respondeu através do Twitter.

“Olá, Joan Laporta. Sabes que a operação com o fundo CVC não hipoteca os direitos de TV do Barcelona por 50 anos. O que faz é valorizar os direitos de TV para todos os clubes e assim poderias hipotecá-los aos bancos e resolver a vossa grande dívida”, disse Javier Tebas.

A resposta de Laporta não tardou: “Olá, Javier, o que posso dizer é que não interpretamos assim. Houve conversas entre os nossos executivos e quem está a conduzir a negociação com a CVC e deram-nos respostas satisfatórias. O negócio comporta riscos que não queremos assumir. Entendendo as formulações jurídicas de que falas, são engenhosas, mas está em causa hipotecar os direitos audiovisuais do Barça por meio século. Não podemos. Dir-te-ia ainda que a receita com a operação CVC é muito inferior ao que nós cremos que deveria ser por 10% da Liga”.

Numa troca de acusações, Javier Tebas voltou a responder: “Agora que estamos avaliados em 24.250 milhões de euros e temos acesso a parceiros para crescer, você está preocupado com a faturação da LaLiga que você deu por morta. Você provou estar errado. Parece que os jovens nos vão ver”.

“Na Superliga [Europeia] você teria que garantir 500 milhões de euros com direitos televisivos”, lembrou ainda o presidente da La Liga num outro tweet.

Embora a renovação de Messi tenha sido uma das promessas eleitorais de Laporta, o presidente culé não se sente culpado.

“Não me sinto culpado. Disse que faríamos tudo o que fosse possível dentro das possibilidades económicas no clube. A prova é que chegámos a acordo, mas não o conseguimos formalizar, porque não o podemos inscrever. Já falei com os jogadores e disse-lhes que também saberemos ganhar sem Messi”, salientou Laporta.

Há ainda quem atribua a culpa da saída de Messi a Antoine Griezmann. O internacional gaulês foi vaiado pelos adeptos do Barcelona na entrada e saída da Cidade Desportiva do emblema catalão.

“Mercenário” e “a culpa do Messi sair é tua” foram algumas das críticas gritadas pelos adeptos. Em causa estará o facto de Griezmann ter passado a ser o jogador com o salário mais elevado do Barcelona, recebendo quase 35 milhões de euros brutos por temporada.

Daniel Costa, ZAP //

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