A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente russo, Vladimir Putin, sublinharam hoje a importância, para a Ucrânia, de preservar a sua integridade territorial, revelou um porta-voz do Governo alemão.
“Os dois responsáveis políticos estão de acordo quanto ao facto de a Ucrânia dever dotar-se rapidamente de um Governo e [quanto ao facto de] que a integridade territorial deve ser preservada”, anunciou a chancelaria, em comunicado, após a conversa telefónica entre os dois líderes.
Angela Merkel e Vladimir Putinl também sublinharam que a estabilidade da Ucrânia é do “interesse de ambos, seja no plano político ou económico”, acrescenta o comunicado, citado pela agência France Presse.
O “regresso à violência” não são do interesse da Rússia, da Ucrânia, da União Europeia nem dos Estados Unidos, afirmou, por seu turno, a conselheira do Presidente norte-americano, Barack Obama.
“Não há contradição entre uma Ucrânia que tem ligações históricas e culturais de longa data com a Rússia e uma Ucrânia moderna, que pretende integrar-se na Europa. Uma não impede a outra”, considerou a conselheira do Presidente norte-americano, Susan Rice, numa entrevista ao canal de televisão NBC.
Já esta manhã, Angela Merkel teve uma conversa telefónica com a ex-primeira-ministra ucraniana Iulia Timochenko, libertada no sábado, e ambas decidiram encontrar-se “muito em breve” .
Entretanto, fonte governamental, citada pela agência France Presse, indicou que Angela Merkel instou Iulia Timochenko a trabalhar em prol da unidade da Ucrânia.
A líder da oposição ucraniana Iulia Timochenko disse, posteriormente, que não está interessada no cargo de primeira-ministra da Ucrânia, numa mensagem colocada na página na internet do seu partido.
“Peço-vos que não considerem a minha candidatura para o cargo de primeira-ministra”, escreveu Iulia Timochenko.
Um novo governo de unidade nacional deve ser formado até terça-feira, na Ucrânia, depois do presidente Viktor Ianukovych ter sido destituído, no sábado, pelo parlamento.
O parlamento ucraniano designou hoje como Presidente interino Olexandre Turchinov, braço-direito de Iulia Timochenko e desde sábado presidente do parlamento.
A nomeação de Turchinov, aprovada por 285 dos 339 deputados presentes na sala, ocorre depois da destituição de Ianukovich.
A crise política na Ucrânia iniciou-se há três meses, depois de Ianukovich suspender os preparativos para um acordo com a União Europeia, e agravou-se em finais de janeiro, quando se registaram as primeiras mortes, com a aprovação de leis limitando a liberdade de manifestação.
O balanço oficial da violência dos últimos dias é de cerca de 80 mortos, embora a oposição fale em mais de 100.
/Lusa