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Anúncios no Facebook e ursos de peluche. Merchandising é o cavalo de Tróia dos políticos americanos

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Desde anúncios no Facebook a vários produtos de merchandising, várias empresas estão a gastar centenas de milhares de dólares, sem necessitarem de revelar quem financia esta atividade.

Empresas estão a gastar centenas de milhares de dólares em anúncios no Facebook, servindo de campanha gratuita para os partidos políticos, sem a necessidade de revelarem quem realmente está a financiar estas operações.

E não é só em publicidade no Facebook que se verifica esta situação. Este é também o caso do ursinho de peluche “Trumpy Bear“, relativo ao presidente norte-americano Donald Trump. O produto foi divulgado em vários canais de televisão dos Estados Unidos e tornou-se viral no país.

De acordo com o Snopes, “embora as notícias mostrem que o Trumpy Bear é a invenção de uma mulher de Nova Jérsia, vendida por uma empresa de marketing de Dallas, os seus criadores não são obrigados a divulgar os seus investidores“.

No entanto, apesar da aparente inocência deste urso de peluche, há um problema maior que se esconde por detrás. Agências de notícias e empresas estão a gastar milhões de dólares ao todo em anúncios e produtos com mensagens políticas sem precisarem de informar quem é o verdadeiro mecenas que os financia.

A investigação do OZY detetou um padrão nos maiores gastos em anúncios com mensagens políticas no Facebook. Vários políticos como Donald Trump, Tom Steyer, Kirsten Gillibrand e Bernie Sanders lideram nesta área, mas há outras entidades que se destacam nesta lista de gastos.

Embora se assuma como apartidário, o “The Epoch Times”, um jornal nova-iorquino, gastou mais de 750 mil dólares em anúncios que elogiavam Donald Trump e criticavam os democratas. O editor do jornal defende que “o Epoch Times não recebeu fundos de nenhum partido político ou candidato para anúncios da campanha aparecerem no Facebook”.

O retalhista “OuterGoods” também gastou cerca de 700 mil a divulgar chapéus e t-shirts da campanha Trump 2020. Estes são apenas dois casos de um universo maior.

Para se ter noção da dimensão destes investimentos, é necessário comparar com o dinheiro gasto por alguns políticos democratas. Por exemplo, Kamala Harris (360 mil dólares) e Beto O’Rourke (283 mil dólares) juntos não conseguem superar a quantidade investida por nenhuma das duas empresas mencionadas anteriormente.

O fenómeno tem-se verificado principalmente à direita, mas os especialistas calculam que já na campanha para as eleições norte-americanas que se aproximam, também a ala esquerda vai começar a optar por uma estratégia semelhante.

Isto pode levar a que milionários invistam milhões em empresas com fins lucrativos e apoiem as suas causas através da venda de produtos de merchandising com mensagens políticas, tal como o Trump Bear.

“Se eu sou um doador, posso matar dois coelhos com uma cajadada só: vendo merchandising e ajudo a divulgar a mensagem política do candidato que apoio”, explica Matt Compton, advogado contactado pelo OZY.

ZAP //

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