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Mercado do Bolhão: já há “problemas no paraíso” e vêm aí muitas mudanças, dois anos depois

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fernandoe.avendan/DepositPhotos

Mercado do Bolhão, Porto.

“Sem perder a essência”, administradora falou sobre as várias mudanças que quer para o histórico mercado portuense, face às “inúmeras queixas e reclamações”.

A empresa municipal GO Porto pretende avançar, a curto prazo, com uma série de medidas no Mercado do Bolhão, como a colocação de sombreamentos, e está a analisar a possibilidade de o terrado ser reorganizado, avançou esta quinta-feira a administradora.

Estamos a tentar mostrar que as reivindicações e as preocupações dos comerciantes são ouvidas, e que nós não somos indiferentes ao incómodo que estas questões, naturalmente, provocam a cada comerciante”, afirmou, em declarações à Lusa, a administradora da GO Porto, Francisca Carneiro Fernandes.

Numa circular distribuída pelos comerciantes do mercado, a que a Lusa teve acesso, a GO Porto anuncia uma série de medidas, como a colocação das “airfryers” na cozinha do Bolhão a partir de 5 de Maio e colocação, até ao final da segunda quinzena de Maio, de sombreamentos laterais em todas as bancas do mercado.

Estão também a ser estudadas novas soluções para erradicar pombos e gaivotas do terrado, bem como medidas para “fidelizar os consumidores locais” do mercado histórico do Porto reaberto em Setembro de 2022, após profundas obras de reabilitação.

A circular “demonstra transparência” e permite “tranquilizar os comerciantes”, ao informar sobre os temas que a equipa da GO Porto está a analisar, como a eventual dinamização da Galeria do piso 1, “que está a ser repensada”, salientou Francisca Carneiro Fernandes.

Face às “inúmeras queixas e reclamações que têm vindo a ser feitas nos últimos anos (internas, externas e até publicamente) por alguns comerciantes”, a GO Porto está a estudar a possibilidade de reorganizar o terrado do mercado, onde se encontram as bancas.

“A ideia de reorganizar algumas destas bancas surge de necessidades reivindicadas pelos próprios”, afirmou Francisca Carneiro Fernandes, dizendo acreditar que será possível avançar com a reorganização e conseguir “um bom equilíbrio de interesses e vantagens para todos”.

Esta reorganização poderá passar pela passagem de todas as salsicharias e talhos para um mesmo lado do terrado, deslocação que permitirá que estas atividades sejam desenvolvidas “com uma maior proximidade à respetiva cozinha de tripas atribuída”.

Também está a ser estudada a hipótese de as lojas de congelados passarem para o centro do terrado, por forma a aumentar a sua visibilidade, como tem sido reclamado “desde a abertura do mercado”.

Criar um espaço para os comerciantes (sala de refeições e pausas), relocalizar os comerciantes com licenças de bebidas alcoólicas para os espaços por baixo da escadaria principal para minimizar “a circulação de copos pelos corredores do terrado” e colocar mesas altas nas laterais das escadarias são outras das possíveis alterações.

“Há 19 bancas [históricas] cuja localização pode ser alterada e, portanto, isto está a ser tratado com todo cuidado e com os comerciantes”, acrescentou.

Dedução das coimas nas rendas, regulamento revisto

Já quanto às coimas e contra-ordenações pagas pelos comerciantes, a administração da GO Porto deliberou que os que “comprovadamente” procederam ao pagamento das coimas devido ao fecho de telas poderão requerer “a dedução desse montante nas rendas a pagar pelo respetivo espaço no ano de 2025”.

“Pelo princípio da igualdade que nos compete salvaguardar, achamos que era justo a GO Porto acomodar de alguma forma o valor dessas coimas pagas pelos comerciantes para que todos fiquem em pé de igualdade”, referiu.

A circular aponta ainda para a “urgência de se aprovar uma nova proposta de revisão do regulamento“.

Todos concordamos que o regulamento vigente não se adequa à evolução que o mercado foi vivendo e às regras que é preciso determinar agora com mais clareza e objetividade. É preciso deixar muito claro o que é que se pode fazer e o que é que não se pode fazer, sem perder a essência do mercado ser um mercado de frescos”, acrescentou a administradora da GO Porto.

As medidas anunciadas aos comerciantes resultam de uma série de reuniões “coletivas e individuais” que Francisca Carneiro Fernandes realizou quando assumiu funções na GO Porto, a 20 de Janeiro.

// Lusa

2 Comments

  1. Os Portuenses sabem a verdade mas a maioria dos Portugueses não, aquilo que foi feito no Mercado do Bolhão é um crime/ilegalidade, não foi restaurar o edifício e introduzir mecanismos ou melhorias no mesmo essenciais aos dias de hoje, foi um acto de destruição praticado por capricho, inveja, e ódio, por parte do Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» contra o Mercado do Bolhão e a sua bela arquitectura, contra a História, Identidade, Tradição, e Costumes dos Portuenses e da sua Cidade do Porto, sendo esse acto uma sequência de outros com base na cultura do cancelamento que esse Executivo tem posto em prática de 2014 até à presente data.
    O Mercado do Bolhão não precisava de ser modificado mas antes restaurado e renovado, conforme a Lei, Regulamentos, e Normas existentes para aquele tipo de edifícios, mas não foi isso que aconteceu, o Mercado do Bolhão foi completamente destruído, desfigurado, e deturpado, sendo a referida intervenção ilegal e um crime que terá de ser devidamente julgado e os responsáveis pelo mesmo condenados e obrigados a repor/corrigir toda a destruição ali efectuada.
    Essa intervenção/projecto foi mal concebida e é um falhanço total, também não se pode responsabilizar o sr. arqt. Nuno Valentim que não tem culpa de ser medíocre, o verdadeiro responsável pelo crime que ali foi cometido é o Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» que autorizou o projecto e intervenção mal concebidos.
    O Mercado do Bolhão só perdeu clientes a partir de 2014, o “conceito” que ali foi imposto não funciona, é medíocre, parolo, e não corresponde às necessidades da Cidade do Porto e dos Portuenses, o espaço não tem as condições que deveria ter, só enche de gente através de um esquema criminoso criado e controlado pelo Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» que consiste em angariar uma quantidade de Estrangeiros e de parolos para os colocar a consumir no Mercado.
    Aquilo que fizeram ao Mercado do Bolhão foi o que o Presidente Rui Rio durante a sua Governação Autárquica impediu que se concretizasse, em defesa do Interesse Portuense.

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