Mentira sobre o corpo humano enganou o mundo durante o último século

Muitos caíram na teia de uma das mais velhas mentiras sobre o corpo humano, que diz que os vasos sanguíneos humanos, alinhados, poderiam dar duas voltas ao Planeta Azul.

Há mais de um século que se afirma que o comprimento dos vasos sanguíneos humanos, se alinhados em fila, poderia dar duas voltas à Terra e atingir os 100 mil quilómetros.

Mas este número, repetido em livros de biologia e artigos científicos, carece de apoio verificado e exato, demonstrou uma investigação recente do popular canal de Ciência Kurzgesagt.

Ao investigar a origem deste número, a equipa do Kurzgesagt começou por procurar em publicações científicas recentes, mas sem sucesso. De seguida, recorreram a fontes dos anos 90 e encontraram menções em livros como Vital Circuits de Steven Vogel e Looking at the Body de David Suzuki.

Enquanto o livro de Suzuki não apresenta uma referência específica, Vogel faz menção a um artigo de 1959 da Scientific American que, por sua vez, cita um trabalho anterior: The Anatomy and Physiology of Capillaries, de August Krogh, prémio Nobel de 1922.

No entanto, a estimativa de Krogh baseava-se num modelo idealizado de um corpo humano com uma grande massa muscular de cerca de 143 kg, incluindo 50 kg de músculo puro, uma referência que não representa um corpo humano comum.

Enquanto Kurzgesagt levava a cabo a sua investigação, uma equipa internacional de cientistas publicou um estudo na revista Comparative Biochemistry & Physiology, onde estimou o comprimento real dos vasos sanguíneos humanos entre 9.000 e 19.000 quilómetros — medições que, obtidas com métodos modernos, desmentem o mito dos 100 mil quilómetros.

ZAP //

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