Pedro Nuno terá deixado mensagem subliminar – que sugere o seu regresso

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José Sena Goulão / LUSA

O ex-secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos

“Eu sei que o próximo líder do PS não vai fazer nada do que eu estou a dizer agora. Vai correr mal. Depois vou perguntar: ‘Lembram-se?'”.

Pedro Nuno Santos anunciou a sua demissão logo na noite de domingo, o dia das eleições legislativas.

Um acto eleitoral que terminou com a maior queda do PS nos últimos 40 anos, e com a probabilidade de o Partido Socialista ser, pela primeira vez, apenas o terceiro partido com mais deputados na Assembleia da República.

Nesse discurso, antes de anunciar a sua saída, avisou: “A mim, não cabe ser o suporte deste Governo. E penso que esse papel também não deve caber ao Partido Socialista”.

Porque Luís Montenegro “não tem idoneidade” para ser primeiro-ministro. Porque lidera um Governo que “falhou a vários níveis”. E porque o programa do Governo “vai contra os princípios e os valores” do PS.

Ou seja, o agora antigo secretário-geral do PS estava de saída, mas ao mesmo tempo estava a indicar o que acha que o partido deve fazer; e com justificações.

“Na minha opinião, são mais do que razões suficientes para que o Partido Socialista não suporte um Governo liderado por Luís Montenegro”, reforçou Pedro Nuno.

João Miguel Tavares ouviu o discurso, classificou-o como “desastroso”, mas deixou um aviso: “Ele falou, não a pensar no PS, mas nele próprio”.

Para o comentador da SIC Notícias, Pedro Nuno Santos já estava a dar sinal de que pode voltar à corrida pela liderança do PS. Não já, mas “daqui a uns anos”.

E terá sido essa a mensagem subliminar de Pedro Nuno, quando anunciou publicamente o que acha que o PS deve fazer – não deixar passar o Governo da AD.

Esse aviso terá saído neste sentido: “Se o PS não fizer o que estou a dizer, e se correr mal… Atenção que eu posso voltar depois disso”.

Ou, nas palavras de João Miguel Tavares: “Eu sei que o próximo líder do PS não vai fazer nada do que eu estou a dizer agora. Mas, como eu acho que essa estratégia vai correr mal, eu vou poder dizer daqui a dois ou três anos: ‘Lembram-se?’. Estava a falar para um ‘até breve’, estava a falar para o seu regresso“.

Quase uma semana depois, no sábado passado, Pedro Nuno Santos assegurou que a sua vida política partidária acabou.

Mas pode ser apenas um “até breve”.

ZAP //

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