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“O país tem não só professores”. Medina responde a docentes com descida histórica da dívida

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António Pedro Santos / Lusa

O ministro das Finanças, Fernando Medina.

Fernando Medina lembrou que o país tem não só professores, pelo que é importante prezar pelo equilíbrio das contas públicas.

O rácio da dívida pública medido em proporção do produto interno bruto (PIB) registou, em 2022, a maior queda desde que há registo. O Governo conseguiu reverter na íntegra o aumento da dívida, com o seu peso a recusar 10,8 a 10,9% do PIB no ano passado, para 114,7%.

Esta quarta-feira, em entrevista à TVI, o ministro das Finanças, Fernando Medina, salientou que, ainda assim, este “não foi um ano excecional”. O governante insiste que a dívida tem de continuar a cair, pelo que não há margem para desvio do “equilíbrio” das contas certas.

Durante a entrevista, Medina foi questionado se perante estes resultados haverá margem para devolver mais rendimento aos professores. Os docentes reclamam mais seis anos, seis meses e 23 dias de carreiras congeladas.

“Temos de ter em conta a situação geral do país, o país tem não só professores. Tem professores, tem enfermeiros, tem médicos, tem funcionários da administração pública geral, tem um conjunto vasto de profissionais”, disse Fernando Medina. “Temos de cuidar do equilíbrio das nossas contas públicas”.

Apesar da redução da dívida, Medina realçou que o défice acabou “próximo do esperado”. Além disso, argumenta o ministro, não só o Governo devolveu a parte da receita fiscal exacerbada pela inflação elevada, como também a descida da dívida pública já beneficia os professores.

“Isso é bom para os portugueses e creio que todos percebem aí em casa”, lembrou o antigo autarca de Lisboa.

O Governo fez as contas às reivindicações dos professores e, para devolver os seis anos, seis meses e 23 dias, seriam necessários 331 milhões de euros por ano. Na ótica de Medina, se o Governo aceitasse um aumento desta magnitude, estaria a aumentar a despesa de forma permanente — algo que vai contra o Pacto de Estabilidade europeu.

“O impacto na despesa estrutural anual com remunerações da carreira docente atingiria 635 milhões de euros em 2023 e 750 milhões de euros em 2025, se consideradas todas as medidas propostas pelos sindicatos”, ultimou o Ministério das Finanças.

O Ministério da Educação vai juntar hoje as 12 organizações sindicais que estão a participar nas negociações sobre o regime de concursos e colocação para uma nova ronda negocial.

É a quarta ronda negocial para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade de pessoal docente e, pela primeira vez nestas negociações, o ministro da Educação e secretário de Estado vão sentar-se à mesa com todas as organizações sindicais em simultâneo. A reunião decorrerá no Ministério da Educação, em Lisboa.

ZAP //

18 Comments

  1. Pois o Pais não são só Professores. Claro que teem razão em não quererem andar com a casa às costas, mas também nas Empresas privadas isso existe. Trabalhar em Lisboa durante vários anos, morando em Setúbal e ao fim de largos anos continuava a morar em Setúbal e enviado para trabalhar em Coimbra senão aceitasse ia para a rua. Só vinha a casa ao fim de semana e nem sempre

    • Estejam descansados que qualquer dia esse problema está resolvido, é só reparar no número de Professores que se reformam em contrapartida com os que se formam para serem Professores. Mais meia dúzia de anos e já não tem problemas com o orçamento nem com o défice. Cumprimentos

  2. Deve ser por falar verdade que o querem demitir …. no tempo dos Socráticos a função publica teve aumentos superiores a produção … depois veio a TROICA … pagamos todos o aumento de alguns …

  3. Quanto à diminuição da dívida, é treta! Foi o PIB que aumentou artificialmente por inflação sem controle. Em valor, a dívida aumentou e terá de ser paga com juros a aumentar!

  4. A descida da dívida deve-se ao cofre cheio pelo esmagamento do povo. Agora percebo porque os impostos nunca descem. E ainda esta inflação imensa que dá milhões e milhões ao estado. Este folclore do pró-Putin Medina é uma ofensa aos sobrecarregados contribuintes portugueses.

    • Estou farto de o dizer. O Estado Português teima em não perceber uma coisa muito simples: amealha-se nos períodos bons para se gastar (subentenda-se apoiar) nos momentos difíceis. O nosso Estado faz ao contrário!!!

    • Mente o Medina. A dívida pública aumentou em 2022. O Estado português deve mais dinheiro no final de 2022 do que devia no início do ano. Qualquer outra afirmação é mentira.

  5. O governo está a fazer o que fez Salazar, isto é, pagar mal e roubar, caso dos professores, e dos funcionários públicos. Repare-se que a classe politica ocupou por suas próprias mãos e poderes, a ex-classe média , levando á pobreza das pessoas. O Medina é engenheiro, de economia não percebe nada e esta percentagem do PIB que indica está longe da verdade , trata.se de um subterfúgio para fugir às realidades, pois na verdade a divida publica vem aumentando sucessivamente. Há muitos galambas nos organismos do Estado….

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