O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Media, veio esta quarta-feira a público esclarecer as duras críticas que vez relativamente à atuação das autoridades de saúde no combate à pandemia de covid-19.
No seu habitual espaço de comentário na TVI 24, o autarca da Câmara Municipal de Lisboa clarificou que os reparos visaram “específica e circunscritamente” as chefias regionais e a equipa que está no terreno na Grande Lisboa.
Tal como frisa o semanário Expresso, Fernando Medina poupou assim a ministra da Saúde, Marta da Temido, das suas críticas.
A governante disse depois das declarações do presidente da CM de Lisboa que o Ministério que tutela não se pode deixar capturar pela “crítica fácil” e pela “má-língua”, sem nunca se referir diretamente a Fernando Medina.
Na segunda-feira, o autarca de Lisboa deixou duras críticas às autoridades de saúde.
“Com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra”, disse Medina. “É uma nota direta a todos os responsáveis relativamente a esta matéria, que é preciso agir rápido. Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, disse.
“Não é nenhum problema de alta tecnologia, é um problema da qualidade das chefias no terreno e de quantidade de exército disponível”, continuou.
O Presidente do PS, Carlos César, parece não ter gostado das declarações de Medina, mesmo após a clarificação pública. Em declarações ao programa da TSF Almoços Grátis, o socialista agradece a “clarificação” de Medina, lembrando que a CM de Lisboa “terá, certamente, as suas responsabilidades e que “as autarquias não são entes à parte” e muito menos “uma espécie de sindicato de opinião”.
Ainda assim, reconhece que Medina “tem alguma razão” nas críticas que fez, já que “na verdade foram retificados procedimentos e reforçadas equipas na área de Lisboa”.
Já o primeiro-ministro, António Costa, disse entender a “a frustração dos autarcas”, sem se referir diretamente a Medina. O chefe de Estado falava em em Elvas, onde esteve numa cerimónia de abertura das fronteiras com Espanha e colocou-se no meio dos dois lados da barricada: entre o lado de Marta Temido e o de Fernando Medina.