O ministro da Saúde comprometeu-se a alterar o valor do pagamento das horas extraordinárias dos médicos, atualmente pagas a 50%, no próximo Orçamento do Estado.
Adalberto Campos Fernandes falava esta quarta-feira na Comissão Parlamentar da Saúde, onde respondeu às questões do deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira sobre o recurso às empresas de médicos, o qual criticou.
O ministro subscreveu as críticas, lembrando que este recurso custa atualmente 80 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de ser uma situação injusta para os médicos, que, trabalhando nas instituições, recebem menos do que esses clínicos das empresas.
“Não somos imprudentes ao ponto de pensar que podemos resolver isto de uma vez”, afirmou, sublinhando “a injustiça” do valor da hora extraordinária dos médicos, que é paga a 50%.
“Esta é uma situação que urge corrigir no próximo Orçamento do Estado”, afirmou o ministro, ressaltando no entanto que “não estamos a prometer passar do zero para o cem“.
“Estamos a prometer negociar com os sindicatos, com responsabilidade e envolvendo o ministério das Finanças neste processo”, salientou.
O ministro afirmou, de acordo com a TSF, que a situação não será alterada de forma “precipitada”, já que muitas unidades hospitalares, em particular no interior, recorrem a este tipo de serviços, com uma incidência ainda maior no período de verão.
Contactado pela Renascença, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmou que a medida é ainda insuficiente, mas que há que aproveitar a oportunidade para aprofundar o diálogo com o Governo.
ZAP / Lusa