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Médicos vão ganhar menos se tempo de espera nas Urgências ultrapassar as 6 horas

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COD Newsroom / Flickr

O tempo de espera dos doentes, nos Serviços de Urgências, vão passar a contar para a definição do salário final dos médicos e para o orçamento atribuído aos hospitais.

Esta medida faz parte de uma “experiência-piloto” que vai arrancar nos serviços dos três maiores hospitais do país, adianta o Público.

Os médicos deverão ser penalizados nos seus rendimentos quando a demora no atendimento a doentes urgentes ultrapassar as seis horas.

As penalizações aos profissionais serão ainda aplicadas quando os doentes recorram mais de quatro vezes às urgências.

O jornal consultou um documento do relatório Termos de referência para contratualização de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2017, no qual está inscrita esta ideia de que os tempo de espera dos doentes passem a contar para o salário dos médicos e o orçamento dos hospitais.

A iniciativa deverá ser posta em prática ainda este ano, no Hospital de São João, no Porto, no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental e no Centro Hospitalar de Leiria, adianta o diário.

“Estas experiências-piloto adoptarão características específicas de organização e funcionamento dos serviços de Urgência, que serão adaptadas às condições concretas de cada instituição”, salienta o documento citado acima.

O objectivo é munir as unidades hospitalares de equipas fixas nas Urgências, promovendo a reorganização destes serviços, bem como uma melhor articulação com os Centros de Saúde e outras unidades que possam receber doentes não urgentes.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Vamos penalizar os médicos pelo facto de que gere o hospital, não saber munir os seus serviços de recursos humanos adequados (médicos, enfermeiros, auxiliares).
    Pode ser que aumentem o êxodo dos clínicos do Sistema Nacional de Saúde!

  2. Isto é uma fantochada.
    Tratar doentes não é uma maratona.
    Se um doente precisar de 3 horas para ser bem diagnosticado, o Médico deve ser penalizado por isso?
    Passamos a ver os doentes a serem despachados com Aspirina, ao fim de 1 hora, só para manter os rácios de eficácia abaixo dos valores definidos como ideais !!!!

    • Precisamente o que pensei e o que respondi. Estes ministros deveriam, por lei, ser obrigados a recorrer ao sistema de saúde que criam que a coisa mudava de figura. Em vez disso com o que lhes pagamos podem muito bem recorrer aos serviços privados de luxo. Ora toma.

  3. Voltamos ao tempo da aspirina e volte daqui a 8 horas se continuar a sentir mal. Passado 8 horas o utente morreu. Miserável e execrável politica esta, quem teve esta ideia devia ser posto a ferros numa prisão.

  4. Será isto verdade???
    Se as empresas privadas descobrem esta nova metodologia então ainda vamos ter trabalhadores a ver o seu magro salário ser diminuído porque a empresa tem 5 trabalhadores a fazer o trabalho de 10 e espera só e apenas que esses 5 tenham a mesma produtividade que os 10 necessários…

    Depois se um doente for mais de 4 vezes às urgências os médicos também vão ser penalizados???
    Qual médico? o 1.º, o 2.º, o 3.º ou o 4.º que atender o doente? ou serão todos?
    E os utentes vão poder de deixar ficar doentes? até parece que as pessoas ficam doentes porque querem!!!
    Uma pessoa doente vai chegar à urgência e na recepção vão dizer “desculpe mas não tem direito a mais urgências este ano. Já chegou ao limite de 4. Volte no dia 1 de Janeiro!!!

  5. Porreiro, mais uma solução à portuguesa. Que se lixe a qualidade dos serviços, toca a despachar doentes pra casa com uma aspirina que assim já saem das urgências. Não interessa providenciar um sistema de saúde com qualidade mas sim preencher estatísticas que agradem aos olhos dos ministros. Se há poucos médicos ou se os mesmos têm meios com que realizar os procedimentos necessários, ou sequer se lhes é permitido realizar os procedimentos necessários, isso não interessa, interessa é o “pouco tempo” que um paciente espere nas urgências, nem que dali vá pra casa pra morrer. Ora se fossem todos dar uma grande curva é que faziam bem.

  6. Caro Fernando Santos, quando se confundem consequências com as causas, sai sempre asneira.
    Se não veja, neste caso não pode haver bom senso, estão a tentar fazer omeletas sem ovos, há muitos anos no SNS. Convido-o a passar uma noite, por exemplo, na urgência do Hospital Garcia de Orta em Almada e verificar se faltam ou não médicos.? O problema não está nos doentes esperarem 6 horas, isso é uma consequência, a causa está na recorrente falta de médicos.

  7. Vejo por aqui todos os comentadores revoltados com a decisão, por um lado não deixarão de ter alguma razão para ficarem apreensivos pois possivelmente quem vai ficar a perder será uma vez mais o doente mas por outro lado já vi em hospitais médicos que pelos vistos vêm do particular fazer uma direta de muitas horas nas urgências e que passam o seu tempo fora do seu local de trabalho ou porque irão talvez dormir uma soneca ou porque simplesmente se estão borrifando para quem está horas a fio à espera de uma consulta e em más condições de saúde, penso que uma melhor fiscalização interna por um lado com exigência do cumprimento do dever e denúncia por parte dos utentes com direito a fiscalização de imediato seria talvez a melhor maneira para pôr os abusadores em sentido, nunca vi em qualquer hospital uma pessoa sentir estar a ser mal atendida e poder chamar um superior para lhe expor a situação, todos parecem coçar-se para o mesmo lado!.

  8. 6 horas!!!
    Acham que 6 horas de espera é um tempo aceitável?!
    Isto cheira-me a mera propaganda politica.

    Já recorri várias vezes às urgências de vários hospitais de Lisboa e do Hospital de Castelo Branco e por norma não espero muito mais de Meia-hora até ser visto por um médico.

    As 2 únicas excepções foi a de Castelo Branco onde por norma não espero mais de 15 minutos houve um dia de Agosto que esperei mais de 2 horas e a outra excepção foi no hospital privado Os Lusíadas ontem também tive que esperar quase 2 horas.

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