Médicos e Governo continuam sem acordo. “Pizarro fez as mesmas propostas”

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Estela Silva / Lusa

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro

A reunião entre os sindicatos médicos e o Governo voltou a terminar sem acordo. “As propostas [do Ministério] que estiveram em cima da mesa hoje são exatamente as mesmas da semana anterior”, dizem médicos. As negociações continuam, na quarta-feira.

A reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos dos médicos deste sábado terminou sem acordo e as negociações serão retomadas quarta-feira, com uma nova proposta da tutela em que os sindicatos esperam ver refletidas aproximações do Governo.

Após várias horas de reunião, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) afirmaram que na contraproposta apresentada para hoje, o Ministério da Saúde não fez qualquer aproximação às reivindicações dos médicos e por isso, não foi possível um acordo.

“As propostas que estiveram em cima da mesa hoje são exatamente as mesmas da semana anterior”, disse em declarações aos jornalistas a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá.

Ministério propôs aumento de 8,5%

O ministro da Saúde propôs aos sindicatos o aumento de 5,5% para 8,5% da atualização salarial dos médicos, uma contraproposta que diz aproximar-se das reivindicações sindicais se se considerar igualmente a redução do horário de trabalho.

“A proposta do Governo para o conjunto dos médicos é que o valor por hora, já a partir de janeiro, aumente 22,7% porque reduzindo o horário de trabalho aumenta o valor por hora e aumenta porque propusemos hoje uma atualização salarial de 8,5%”, indicou Manuel Pizarro.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde vai entregar uma nova contraproposta em que estará contemplado o valor da atualização salarial que, até agora, se ficava pelos 5,5%.

A reivindicação dos sindicatos representativos dos médicos é, no entanto, de um aumento salarial de cerca de 30%, mas, no entender do ministro, a posição do Governo já não está tão distante e, no âmbito do regime de dedicação plena, o aumento poderá ser até superior.

“Os modelos de dedicação plena, a que todos os médicos poderão aderir livremente, são modelos que conduzem a um aumento salarial imediato de cerca de 35% e a transição de todas as Unidades de Saúde Familiar para modelo B vai fazer com que muitos médicos dos cuidados de saúde primários possam ver aumentada a sua remuneração em cerca de 60%”, explicou, defendendo a necessidade de “olhar para o conjunto de propostas”.

Falta a “questão mais fraturante”

A propósito de outra das principais exigências dos médicos – a reposição das 35 horas semanais – Manuel Pizarro reafirmou a disponibilidade para considerar esse horário, mas ressalvou que “têm de ser 35 horas de trabalho efetivo”.

“Têm de ser medidas equilibradas que, por um lado, valorizem os médicos e lhes deem melhores condições para compatibilizarem a sua vida profissional e a sua vida familiar, mas garantir que o Serviço Nacional de Saúde melhora o seu funcionamento. É isso que temos de conseguir”, sustentou.

Antecipando a próxima reunião negocial, agendada para quarta-feira, o ministro reconheceu que a forma de contabilização das horas de trabalho, no âmbito da reposição das 35 horas semanais, é a questão mais fraturante.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. É preciso obrigar todos os funcionários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde o topo até à base da cadeia hierárquica (Médicos, Enfermeiros, Assistentes, e restantes Funcionários), a declarar se colaboraram/pertenceram ou se colaboram/pertencem à Maçonaria ou a outras sociedades secretas (Jesuítas, Opus Dei, etc.), depois de identificados terão de sair, os despedimentos têm de ser implementados, e proibir os sindicatos e a actividade sindical no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

  2. As piranhas estão a ver o doente na água e juntaram-se todas para atacar, duma situação para a qual também contribuiram, sabem bem que 30 % de aumento é matar a dotação orçamental da saúde, as extras que fizeram foram pagas, agora querem uma fatia ainda maior do bolo!
    Podem dizer que sem eles não há sns, mas estão a esquecer-se que só eles também não fazem nada.
    A maior parte deles se não tiver uma equipa a apoiar não é capaz de realizar um procedimento. E se forem todos para o privado, também rebentam com o privado ou acham que há la lugar para todos?
    Deveria averiguar-se para os mesmos profissionais e no público vs privado a produção! Depois comparar os recursos e veriamos onde eles não querem trabalhar, porque nos hospitais não querem trabalhar!
    Numa manha de bloco 2 a 3 doentes já são muitos e é muito cansativo e muita responsabilidade, numa tarde de adicional no mesmo local e no mesmo tempo já fazem 4 ou 5 ou 6! Porquê???

    Gostava de saber qual é o privado que os ia aceitar a todos!! Nenhum senhores!! Nenhum!!!

    De resto so pergunto se no privado é que se trabalha e se faz bem, porque mandam os doentes com complicações para o público? Não é só porque se acabou o dinheiro.

    Chama-se a isto abuso de posição dominante!! Uma vergonha!!

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