O avião que transporta Kent Brantly, um dos dois norte-americanos infetados pelo vírus Ébola na África Ocidental, afetada por uma epidemia sem precedentes, chegou este sábado à base da força aérea na Geórgia, segundo a rede de televisão local WSB TV.
Kent Brantly será agora levado para um hospital em Atlanta, especialmente equipado para isolar este tipo de doença, referiu a organização Samaritan´s Purse, entidade para qual o médico trabalha.
A segunda doente, Nancy Writebol, será transferida para os Estados Unidos dentro de dias.
Antes, o presidente da Samaritan´s Purse, Bruce Johnson, disse ao canal de televisão CNN que não tinha novidades sobre a evolução do quadro de saúde de Brantly, de 33 anos.
O responsável sublinhou que o médico “pode ser transportado e conseguiu levantar-se, o que é encorajador”.
Quanto a Nancy Writebol, uma missionária da Samaritan´s Purse, continua também “com um quadro grave, mas estável, está reativa e nós estamos satisfeitos com os seus progressos”, acrescentou Johnson.
Os dois norte-americanos trabalhavam com doentes infetados pelo Ébola em Monróvia, na Libéria.
Fora de controlo
Esta é a primeira vez que um infetado com o vírus do Ébola se encontra em solo norte-americano, mas as autoridades dos Estados Unidos acreditam poder proteger a população do risco de transmissão deste agente patogénico extremamente virulento.
Os países afetados pela epidemia de Ébola (Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria) e os seus vizinhos adotaram medidas excecionais para travar a expansão do vírus, que já matou 729 pessoas e está sem controlo.
Um cordão sanitário para isolar as zonas com o maior número de casos, restrição de movimento de pessoas e a desinfeção de lugares públicos são as principais medidas contra o Ébola colocadas em prática nestes países.
Os três países concordaram, na sexta-feira, aumentar as medidas sanitárias e o controlo de fronteiras numa reunião em Conacri, que teve a participação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Governo nigeriano também proibiu a entrada no país de cadáveres procedentes de nações afetas pela epidemia, para evitar a expansão do vírus no país, depois de um cadáver vindo da Libéria ter entrado pelo aeroporto internacional Murtala Mohammed.
A Nigéria recebeu também uma pessoa proveniente da Libéria que acabou por morrer num hospital em Lagos e 70 pessoas com quem manteve contacto estão sob observação.
/Lusa
Epidemia de Ébola
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