May promete facilitar permanência de cidadãos europeus no Reino Unido

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Stefan Wermuth / Reuters

A primeira-ministra britânica Theresa May

A primeira-ministra britânica prometeu, esta quinta-feira, “facilitar” a estadia dos cidadãos europeus no Reino Unido depois do Brexit, ao mesmo tempo que garantiu que o consenso com a União Europeia nesta matéria está “muito perto”.

Theresa May partilhou na sua página do Facebook uma carta aberta aos mais de três milhões de cidadãos da União Europeia (UE) residentes no Reino Unido, que foi interpretada como uma tentativa de desbloquear a negociação com Bruxelas perante a reunião, hoje e amanhã, do Conselho Europeu.

Na missiva, a chefe do Governo britânico explica que se vai tornar “o mais simples possível” e menos dispendioso o processo de registo dos europeus com direito a residência permanente, e estes poderão participar num “grupo de utentes” para determinar o funcionamento deste processo.

Já não lhes será exigido demonstrar que têm acesso a um seguro de saúde e vai reduzir-se o processo burocrático geral e simplificá-lo especificamente para os que já tenham obtido o cartão de residência permanente, indica o texto.

May afirma que vai delinear aos 27 Estados-membros que os mesmos trâmites se facilitem também para os britânicos residentes noutros países da UE.

“Fui clara durante este processo em que os direitos dos cidadãos são a minha primeira prioridade, e sei que os meus colegas têm o mesmo objetivo: salvaguardar os direitos dos nacionais da UE que vivem no Reino Unido e os britânicos que vivem na UE”.

May destaca que os cidadãos europeus são “uma enorme contribuição para o país” e, por isso, é tão importante que tanto eles como as suas famílias “possam ficar”. “Não posso ser mais clara: os cidadãos da UE que residem legalmente no Reino Unido, poderão ficar”.

A líder “tory” (conservadora) afirma que “com flexibilidade e criatividade” dos dois lados, a negociação sobre os direitos dos cidadãos pode finalizar-se “nas próximas semanas”.

Sobre a carta de May, um porta-voz do grupo “the3million”, que representa os interesses dos cidadãos da UE, disse que “poderá abrir a porta ao diálogo” mas lamentou que a primeira-ministra e o ministro do Brexit, David Davis, não se tenham reunido com eles para “abordar os verdadeiros problemas”, tal como a reunificação familiar.

Paralelamente, um grupo de políticos pró-Brexit enviou outra carta aberta a May, coordenada pela campanha “Leave means Leave” (“Sair significa sair”), na qual pede à primeira-ministra para abandonar as negociações com Bruxelas se não houver conclusões positivas no Conselho Europeu.

Os signatários argumentam que o Governo “foi mais do que paciente” nas suas tentativas de abordar com a UE a futura relação comercial e assinalam que, se não há garantias de poder negociar isso em breve, o país deverá assumir que quando sair da UE, a 29 de março de 2019, passará a operar sob os parâmetros da Organização Mundial do Comércio (OMC).

ZAP // EFE

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