A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu esta sexta-feira ao Presidente russo, Vladimir Putin, que “pare com os seus atos de desestabilização que ameaçam o Reino Unido e os seus aliados”.
À margem da cimeira do G20 em Osaka, no Japão, May alertou, segundo um porta-voz da Downing Street, que caso contrário, “não haverá normalização das relações bilaterais”.
Este foi o primeiro encontro entre os dois líderes desde o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal em 2018, em solo britânico. Durante o encontro, a primeira-ministra britânica disse ter “provas irrefutáveis de que a Rússia estava por trás desse ataque”.
Apesar do tom frio da reunião, Theresa May manifestou-se “aberta à possibilidade de uma relação diferente, mas para isso, o Governo russo deve escolher um caminho diferente”.
As autoridades britânicas indicaram previamente que este encontro bilateral não representava uma normalização das relações com Moscovo. Por seu turno, o Presidente russo apelou este mês a um “virar de página” nas suas relações com Londres.
As relações entre a Rússia e o Reino Unido degradaram-se fortemente após o envenenamento com um agente neurotóxico do agente duplo Sergei Skripal e da sua filha em Inglaterra em março de 2018, do qual Londres acusou Moscovo, o que este nega veementemente até hoje
Sergei Skripal e a filha Yulia estiveram semanas em estado crítico, mas recuperaram. A crise diplomática levou o Ocidente e a Rússia a expulsarem centenas de diplomatas. O Departamento de Estado norte-americano impôs sanções à Rússia pelo uso de uma arma química, violando a lei internacional.
Desde março, dois outros cidadãos britânicos sem ligações à Rússia foram envenenados com a mesma substância.
May disse antes da cimeira que o Reino Unido iria pressionar no sentido de os dois agentes da secreta militar russa acusados de envolvimento no ataque serem julgados.
ZAP // Lusa