“Trazia material muito perigoso no avião”. Venezuela confirma que deteve tio de Juan Guaidó

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Rayner Peña / EPA

O Governo venezuelano confirmou ter detido o tio do líder opositor Juan Guaidó, por ter tentado entrar no país com “material muito perigoso”.

“Andam por aí com um escândalo que é um desaparecimento forçado”, disse o presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Caballo, numa referência à detenção de Juan José Marquez, tio de Juan Guaidó.

“Tenho uma notícia: foi detido um senhor, que trazia material muito perigoso dentro do avião”, acrescentou o político, durante um programa transmitido pela televisão estatal venezuelana na terça-feira à noite.

O presidente da Assembleia Constituinte, composta unicamente por apoiantes do regime venezuelano, acrescentou que Juan José Marquez “violou as normas da Aeronáutica Civil e entrou com um colete anti-bala, proibido” no país.

Diosdado Cabello, considerado o segundo homem mais forte do chavismo, depois do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, indicou que o tio de Juan Guaidó “trazia umas lanternas táticas, que continham no interior, no compartimento das pilhas, substâncias químicas de natureza explosiva, presumivelmente explosivo sintético C4″.

Na terça-feira, o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó denunciou o desaparecimento, no mesmo dia, do tio Juan José Márquez, depois de ter sido intercetado pelas autoridades aduaneiras, na chegada a Caracas, no final de uma deslocação internacional de 23 dias.

O Centro Nacional de Comunicação (CNC) de Guaidó denunciou, na rede social Twitter, “o desaparecimento de Juan José Márquez” e exigiu “a libertação” do tio de Guaidó, que acompanhava o opositor “no momento da chegada à Venezuela”. “Depois de passar pela migração normalmente e estar prestes a sair, Márquez foi detido por uma suposta revisão do Seniat [Serviço Nacional Integrado de Alfândega e Administração Tributária]”, de acordo com a mesma mensagem.

O presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, chegou na terça-feira à Venezuela, tendo sido agredido por simpatizantes do regime venezuelano. Guaidó, que chegou a Caracas proveniente de uma deslocação iniciada em 19 de janeiro na Colômbia, visitou Reino Unido, Suíça, Espanha, Canadá, França e Estados Unidos, para manter encontros com diferentes governantes, incluindo com o Presidente norte-americano Donald Trump.

A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, quando o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino da Venezuela até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres no país. Os Estados Unidos foram o primeiro de mais de 50 países que manifestaram apoio a Juan Guaidó, entre eles Portugal, uma posição tomada no âmbito da União Europeia.

// Lusa

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