Erik S. Lesser / EPA

Torneio Masters, golfe
Entre o público presente no Augusta National Golf Club estavam homens das finanças – mas nenhum sabia do caos “lá fora”.
O Augusta National Golf Club (Geórgia, EUA) é um dos poucos lugares onde toda a gente tem de se desligar do resto do mundo. Os adeptos que estejam lá para ver o Masters não têm telemóvel.
O Masters é o primeiro torneio “major” da temporada, antes do U.S. Open, The Open Championship e The PGA Championship. É semelhante ao que acontece nos Grand Slam do ténis, se preferirem.
No Masters, não há adeptos colados ao telemóvel, sempre a publicar nas redes sociais, sempre a filmar ou a tirar fotografias. Estão apenas… a ver golfe. Incrível.
Neste torneio, quem precisar de falar urgentemente com o resto do mundo, tem de pedir um telemóvel que a organização empresta, por cortesia. Há alguns espalhados pelo clube de golfe.
O Masters 2025 decorre entre 10 e 13 de Abril – e ditou o calendário que iria decorrer na semana em que as bolsas oscilavam como não se via há anos. Por causa de Donald Trump e das reacções que se seguiram às novas tarifas.
Entre o público estavam homens das finanças: Steven Vernon III trabalha no mundo das finanças, Kage Brown é o director de investimento de uma empresa imobiliária.
Nenhum deles soube do que estava a acontecer na quarta-feira, dia “louco” a nível económico – nesse caso até foi de subidas, depois de o presidente dos EUA ter anunciado uma pausa de 90 dias na aplicação das tarifas em dezenas de países.
Ou seja, pessoas que dependem financeiramente de cada minuto, de cada segundo, do que se passa nas bolsas… nem sabiam que aquelas subidas raras estavam a decorrer. E, ali no Masters, estariam muitas desse grupo.
Mas, na verdade, nem se importaram de não saber: “É um alívio da negatividade. É tão bom estar rodeado por um grupo de pessoas que se desligaram”, comentou Kage Brown no The Wall Street Journal.
Aliás, até terá sido esse rebuliço a colocar tantas pessoas no Masters na quarta-feira: é que nesse dia ainda nem era o início oficial do torneio. Era um evento mais pequeno, de preparação. E mesmo assim estavam lá dezenas de milhares de pessoas.
Foi uma forma de relaxar.
Até Brett McAtee parecia estar a relaxar, mesmo quando soube que o seu património caiu mais de… 220 000 euros, por causa destas reviravoltas nos mercados. Até tirou uma fotografia com a esposa, junto ao buraco número 16.
Está tudo bem: “Sinceramente nem pensei sobre isso, hoje. Seria bom recuperar um pouco desse dinheiro, depois”.