Mais de cem pessoas morreram esta quarta-feira num tiroteio na região de Benishangul-Gumuz, no oeste da Etiópia. O ataque, que foi confirmado pela Comissão Etíope de Direitos Humanos, ocorreu de madrugada de quarta-feira na aldeia de Bekoji, no condado de Bulen onde vivem vários grupos étnicos.
O ataque ocorreu um dia depois do primeiro-ministro Abiy Ahmed visitar a região para apelar à calma dos cidadãos após vários incidentes violentos nos últimos meses, incluindo um ataque a um autocarro no dia 14 de Novembro que matou 34 pessoas.
A Etiópia, que é segunda nação mais populosa da África, tem enfrentado episódios de violência frequentes desde que Abiy Ahmed tomou posse em 2018 e acelerou reformas democráticas no país e que diminuiriam a influência do Estado sobre rivalidades regionais no país. Com mais de 80 grupos étnicos, as tensões culturais na Etiópia são um dos grandes desafios de Abiy, Nobel da Paz em 2019.
Belay Wajera, um fazendeiro que foi baleado nos ataques de Bulen, disse à agência Reuters que contou pelo menos 82 cadáveres num campo ao pé da sua casa. A mulher e cinco dos seus filhos estavam entre as vítimas. Os outros quatro filhos estão desaparecidos. Segundo Wajera, a família acordou ao som de tiros na madrugada de quarta-feira e correu para fora de casa enquanto ouviam homens a gritar “agarrem-nos”.
Hassen Yimama, outro morador da cidade, disse que homens armados invadiram a área por volta das 6 da manhã. Ao ouvir os tiros, Yimama foi buscar uma arma para se poder defender, mas foi baleado no estômago. Desde então, diz que já viu pelo menos 20 cadáveres na região.
Um médico no local diz que já tratou 38 pessoas feridas, a maioria com ferimentos de bala. Muitos dos pacientes falam de familiares que morreram esfaqueados ou em casas incendiadas.
“Não estávamos preparados para isto e estamos sem medicamentos”, disse uma enfermeira à Reuters, acrescentando que uma criança de cinco anos morreu enquanto era transferida para a clínica.
Algumas pessoas em aldeias remotas permaneciam cercadas e sob ameaça hoje à noite, disse o chefe do Movimento Nacional do partido político Amhara, Belete Molla, que afirmou que o número total de mortos superava os 200. O responsável disse que tinha falado por telefone com alguns residentes.
Ainda não é claro quem são os autores do ataque, embora Belete Molla tenha afirmado que se tratava de membros da milícia Gumuz. O grupo também será responsável por um ataque naquela região no início de Outubro que matou pelo menos 14 civis, e por outros em Setembro que deixaram 300 pessoas sem casa.
As eleições previstas para 2021 intensificaram ainda mais as tensões étnicas sobre a terra, o poder e os recursos. Os ataques na região de Ahmara não estão relacionados com o conflito na região de Tigré do norte da Etiópia, onde as forças etíopes e as forças regionais aliadas começaram a combater as forças regionais de Tigré no início de Novembro.
ZAP // Lusa
Quanto mais problematico o mundo, exige uma resposta proporcional das organizacoes com poderes para actuar… problemas repetem mas as instituicoes nao criam solucoes por interesses foi sempre assim e nao vai mudar…
So com organizacoes fortes e imparciais…ONU nao funciona ‘e ninho de egos e luta pelo dominio da mesma, ‘e erro tremento com consequencias para todos… ninguem vence e todos perdem…
Governantes sao iconpetentes e corruptos….maioria nao sabe avaliar um problema e dar solucoes, mas convem media que sao solucao…erros continuam repetir se geracao apos geracao… os humanos sao mazuquistas e indifrentes a problemas locais e globais…maioria so pensa nele e na sua barriga…