O Governo vai preparar dois voos da TAP para retirar as várias dezenas de portugueses que se encontram retidos em Marrocos. No sábado, o país suspendeu as ligações aéreas com Portugal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou este domingo que estão em preparação dois voos da TAP para retirar os portugueses que se encontram retidos em Marrocos.
“Essa ajuda está a ser organizada e nós temos neste momento em preparação dois voos da TAP fretados pelo MNE que se realizarão ainda hoje, desejavelmente até às 20:00, visto que essa foi a hora limite determinada pelas autoridades marroquinas”, afirmou o governante.
Segundo explicou à Lusa, os dois voos serão realizados a partir de Marraquexe para Lisboa, porque “a grande maioria dos portugueses que foram nestes dois dias pedindo apoio à embaixada de Portugal em Marrocos sinalizaram estar em Marraquexe”.
O número de portugueses que já pediram apoio “excede a capacidade de um só avião, por isso é que estamos a organizar dois voos”, sublinhou.
“Espero que eles se realizem, visto que da nossa parte está tudo planeado para ser feito e por isso mesmo é que a nossa embaixada tem contactado os portugueses que pediram apoio pedindo-lhes que se dirijam já para o balcão da TAP no Aeroporto de Marraquexe para se proceder às inscrições devidas para que possamos ter as listas dos passageiros e tudo esteja devidamente regularizado e em ordem para que os voos se realizem”, acrescentou.
Em declarações à Lusa, um dos portugueses retidos em Marrocos, António Borges da Costa, disse estar em Marraquexe, com mais cerca de 80 portugueses. “Ontem [sábado] à tarde fizemos o check-in e estava tudo bem, à noite recebemos um e-mail a dizer que o voo estava cancelado. Estamos aqui desesperados”, afirmou.
“Estou em Marraquexe, com mais cerca de 80 portugueses, alguns estão em Casablanca e Rabat. Ontem [sábado] à tarde fizemos o check-in e estava tudo bem, à noite recebemos um e-mail a dizer que o voo estava cancelado. Estamos aqui desesperados”, afirmou António Borges da Costa. O cidadão português disse que já contactaram a embaixada e enviaram todos os dados pessoais e informações sobre os locais onde se encontram, estando, agora, a aguardar uma resposta.
“Estamos a pedir a ajuda do Governo português. Não temos solução, por terra também não podemos sair, porque dizem-nos que as fronteiras estão fechadas e, além disso, é perigoso”, referiu. Segundo explicou à Lusa, o grupo de portugueses é grande e o que se está a fazer é dividi-los em grupos mais pequenos, também para se precaverem de um eventual contágio pelo novo coronavírus.
“Estamos a ficar em pânico, porque entretanto, dizem-nos, que o Rei de Marrocos fez uma comunicação a dizer que a partir de amanhã [segunda-feira] todos os ocidentais tem de sair do país, não sabemos como, porque não há voos para lado algum. Já tentamos várias companhias e não há nada”, sublinhou.
E frisou: “Estamos numa situação desesperada, porque por um lado fecharam o aeroporto e por outro querem-nos fora do país”. “Não queremos sobrecarregar o Governo português, só queremos é que nos tire daqui.”
De acordo com a agência France-Presse, a França vai enviar aviões para recolher os seus cidadãos, uma vez que Rabat suspendeu gradualmente as ligações aéreas com cerca de trinta destinos afetados pelo vírus. Milhares de turistas ficaram presos no país, que em 2019 recebeu cerca de 13 milhões de visitantes, a maioria dos quais chegou de avião.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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O governo deveria publicar sempre os custos deste tipo de operações. Assim como as despesas médicas, receitas, análises, deveriam trazer discriminadas a comparticipações do Estado. Os custos da escolaridade obrigatória por aluno também podiam ser do conhecimento geral. E quanto custam as polícias e os hospitais, etc., etc. Ficaríamos, talvez, menos insatisfeitos com os impostos que pagamos.