Em mais uma ronda de debates entre os candidatos presidenciais, a eurodeputada Marisa Matias atacou Marcelo Rebelo de Sousa com os temas do aborto e do BES, mas o professor defendeu-se falando já como o Presidente de todos os portugueses.
Marcelo Rebelo de Sousa prossegue a sua campanha assente num discurso centralista, procurando afastar-se o mais possível do seu passado ligado ao PSD e de algumas posições de direita que defendeu no passado.
Isto foi particularmente visível no debate de segunda-feira, contra Marisa Matias, na SIC Notícias, com o professor a piscar o olho à esquerda, nomeadamente aos habituais votantes do Bloco de Esquerda.
Marisa Matias atirou para cima da mesa os temas da adopção por famílias homossexuais e das taxas moderadoras no aborto anuladas pelo actual governo, lembrando que, no passado, Marcelo Rebelo de Sousa se manifestou contra a despenalização do aborto.
“Uma coisa é a posição enquanto cidadão, outra enquanto Presidente”, atirou o ex-comentador político já num tom presidencial, defendendo que Cavaco Silva deve promulgar o diploma que anula as taxas moderadoras no aborto e que na adopção o que interessa “é a protecção da criança”.
Marisa Matias ainda pegou na lança do BES, acusando Marcelo por ter manifestado que “a banca portuguesa estava blindada e segura e que tinha inteira confiança no governador do Banco de Portugal” e concluindo que “acaba por haver lesados do Dr. Marcelo Rebelo de Sousa” na queda do Banco.
Mas o professor contrapôs que mudou de opinião, por ter agora mais informação disponível, graças à ajuda “da senhora doutora Mariana Mortágua” na “comissão de inquérito notável” ao BES.
Depois do elogio à deputada bloquista, Marcelo chegou a baralhar-se, chamando “Catarina” a Marisa Matias, e acabou por colar a opositora bloquista ao PSD, quando defendeu António Costa no caso do Orçamento Rectificativo e na solução encontrada para o Banif, contra aquela que foi a posição do Bloco.
Freitas do Amaral apoia Marcelo
Entretanto, em entrevista à TVI, Freitas do Amaral manifestou publicamente o seu apoio a Marcelo Rebelo de Sousa.
O histórico do CDS salienta que vai votar no professor, não apenas pela amizade de “mais de 20 anos” que os une, mas porque “é um dos políticos mais inteligentes, mais competentes e mais capazes de exercer a função presidencial como ela deve ser exercida”.
“Não encontro ninguém com o mesmo nível de conhecimentos constitucionais, administrativos, financeiros e internacionais”, nem “ninguém com uma experiência política tão forte da vida política portuguesa na era da democracia”, frisa Freitas do Amaral.
SV, ZAP
… Como se leciona “abada” e com direito a várias “abadas”.