Mário Ferreira vendeu navio a si próprio. Dono da TVI tem de explicar oito milhões de euros

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José Coelho / Lusa

Os 8 milhões de euros envolvidos na compra e venda do navio ‘Atlântida’ não terão sido tributados, num negócio que passou por uma offshore em Malta.

A Autoridade Tributária diz que não foram tributados 8 milhões de euros relativos à compra e venda do navio ‘Atlântida’, por parte de Mário Ferreira, que está a ser investigado pela Procuradoria Europeia devido a suspeitas relacionadas com a atribuição de fundos comunitários a empresas do grupo do dono da TVI.

Esta quarta-feira foram realizadas buscas a várias empresas de Mário Ferreira. Uma delas é a Douro Azul, por indícios de fraude fiscal e branqueamento, precisamente, no negócio da compra e venda do navio Atlântida.

De acordo com o Correio da Manhã, em causa está a compra do navio por 8,75 milhões à empresa pública Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), depois de a empresa que ganhou o concurso ter desaparecido.

Entretanto, o Ministério Público já constituiu Mário Ferreira como arguido, depois de um pedido que partiu do próprio empresário. O dono da TVI pediu para ser constituído arguido e para ser ouvido “com brevidade”.

Numa carta enviada ao DCIAP, Mário Ferreira explicou que “não lhe resta outra alternativa” por considerar “intolerável continuar a suportar as ignomínias de que tem sido alvo e continuará a ser, e pela responsabilidade que lhe advém dos cargos que ocupa e do papel que assume no tecido empresarial”.

O empresário “vendeu a embarcação a uma outra sociedade que lhe pertencia”, sediada em Malta, para que não pagasse a tributação fiscal ao Estado português “quando o mesmo foi vendido a uma empresa norueguesa, em 2015, por 17 milhões de euros”, descreve o Correio da Manhã.

Os inspetores que lideraram as buscas às empresas de Mário Ferreira argumentam que a venda à sociedade offshore em Malta “foi fictícia” e foi apenas “uma manobra fiscal”.

Em junho, o líder da comissão liquidatária dos ENVC disse em tribunal que houve “alta corrupção” na venda do navio ‘Atlântida’ à Douro Azul.

As buscas do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) a Mário Ferreira apanharam de surpresa a Procuradoria Europeia, que também está a investigar o empresário.

Ao Público, fonte do DCIAP explicou que são entidades diferentes e como as investigações têm âmbitos diferentes não justificava que houvesse coordenação entre as duas instituições.

No entanto, entre a Procuradoria Europeia houve quem estranhasse nem sequer ter sido avisado da operação. Aliás, o procurador europeu delegado que dirige o inquérito relacionado com Mário Ferreira já trabalhou no DCIAP.

ZAP //

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9 Comments

  1. É Portugal e não é preciso dizer mais nada. Portugal é o cancro do mundo.
    Por esta razão se entende que se contabilizarmos os filhos e os netos da primeira geração de emigrantes já haja mais portugueses fora do que em Portugal.
    As interferências de Costa e de Marcelo na justiça e noutras áreas ao longo destes anos protegem cada vez mais estes crimes.
    Portugueses continuem a tomar as vacinas Covid e a ver futebol que fazem bem.

    • Bom dia; mais um que acordou agora… isto foi em 2013!!
      Não faças confusão; não é Portugal que é o cancro do mundo – tu e outros “iluminados retardados” como tu é que são o cancro de Portugal!!
      Há 10 milhões de habitantes em Portugal e “só” há 2,6 milhões de portugueses fora de Portugal.
      Só na tua “matemática” é que 2,6 milhões são mais do que 10 milhões!!

  2. Como é que o governo num dia atribui 40 milhões e no dia seguinte anda a polícia atrás deste ladrão? Então o critério para a atribuição destes milhões não contemplava verificar a idoneidade da pessoa e as eventuais suspeitas sobre ela? Já há oito anos que haviam suspeitas sobre este indivíduo. Que governozeco é este ? Cada vez nais somos os pelintras da Europa.

  3. Não sei porque carga de água a surpresa!!!

    São estes os artifícios que estão ao dispor de quem tem dinheiro, e paga a peso de ouro aos artolas que fazem as leis para deixar alçapões.

    As leis em Portugal não tem pés nem cabeça !!! São incoerentes, os objectivos são desvirtuados e depois com as excepões tornam-se um quebra cabeças que dá azo a muitas manigâncias !!!!

    Penso eu de que …

  4. As vezes as noticias só dizem aquilo que “vende”…
    Legalmente vender o navio a uma empresa em Malta nada tem de ilegal. Quantos não vendem propriedade entre empresas do mesmo dono!!!
    Se à fuga a impostos duvido! Pois certamente entrou em contas o valor da aquisição e o valor da venda do navio. Quando muito depois em vez de pagar impostos sobre o navio em portugal teria que pagar em Malta.

    Depois vender a uma empresa na Noruega qual o espanto! O navio foi comprado por cerca de 8 milhões e depois for alvo durante vários meses de intervenção para o adaptar à sua nova função. De ferry passou a navio cruzeiro.

  5. Parte-se do principio, deixem que a justiça faça o seu trabalho, no final seja o Tribunal, ou a opinião pública retire a ilações, o que funcionou bem e o menos bem.

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