Uma pesquisa da Universidade de Kent descobriu que o marfim de elefante ainda é vendido no eBay, apesar da sua política proibir o comércio desta matéria.
O tráfico de vida selvagem na internet continua a ser um dos grandes problemas do mundo, sendo a sua deteção um verdadeiro desafio para as autoridades.
Apesar dos esforços da aplicação da lei, a procura por produtos ilegais provenientes de vida selvagem online continua a aumentar. Em alguns casos, os fornecedores adotam o uso de “palavras-chave” para disfarçar a venda de itens ilícitos.
Sofia Venturini e David Roberts investigaram a deturpação de materiais em descrições de anúncios de netsuke no eBay, no Reino Unido. “Netsukes” são objetos esculpidos, presos à corda do quimono japonês e geralmente feitos de marfim de elefante.
Foi feita uma comparação entre os materiais declarados pelos fornecedores e a identificação dos autores com base nas imagens dos anúncios. Como não era eticamente desejável obter os itens físicos para análise, os investigadores verificaram o marfim de elefante autêntico analisando a presença de linhas de Schreger (um padrão único encontrado no marfim de elefante).
Segundo o Phys, os especialistas descobriram que o marfim de elefante autêntico era descrito com mais frequência como osso nos anúncios de netsuke.
Além disso, a equipa descobriu que apenas uma pequena percentagem (entre 1,3% e 6,9%) desses anúncios de objetos feitos de marfim de elefante, tinha sido removida pelo eBay.
De acordo com os investigadores, se o eBay estivesse a aplicar a sua política (introduzida em 2008) sobre o marfim, esses itens teriam sido removidos e haveria uma grande possibilidade da procura diminuir.
“Apesar da política do eBay em relação a produtos animais e selvagens, ainda existe comércio de marfim, principalmente escondido em outros materiais não restritos”, disse Roberts.
O especialista assume que “embora detetar vendas ilegais de itens de marfim possa ser particularmente difícil, empresas como o eBay têm os recursos e os dados que poderiam ser mobilizados para enfrentar o desafio do comércio ilegal de animais selvagens”, sugere.