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David Justino: Marcelo está a usar a crise da direita como pretexto para se recandidatar

Toms Kalnins / EPA

O vice-presidente do PSD, David Justino, defendeu esta quinta-feira que o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, abordou a eventual crise da direita por esta ser “favorável” a um recandidatura à Presidência da República.

No entender do dirigente social-democrata, a crise da direita surge no discurso do Presidente “não por ser uma realidade, mas por ser um contexto favorável à candidatura”, afirmou David Justino esta quarta-feira no programa da TSF Almoços Grátis.

“O professor Marcelo está claramente a fazer comentário político, a fazer um exercício de prognóstico”, adotando uma “posição de oráculo sobre o que vai acontecer”.

“Se o professor Marcelo Rebelo de Sousa acha que o Presidente da República deve ter um papel mais ativo a reequilibrar um campo que está desequilibrado tem o campo todo para o fazer”. Face “a uma antevista crise da direita, é fundamental que [Marcelo Rebelo de Sousa] se possa recandidatar para restabelecer o equilíbrio”, já que é “a única pessoa que está em condições” de o fazer, apontou.

Em consequência das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, acaba por se “desfocar daquilo que são problemas reais dos portugueses para artefactos e artifícios políticos”, lamentou ainda o antigo ministro da Educação.

O presidente do PS, Carlos César, mostrou-se, no mesmo programa da TSF, em linha com a leitura do dirigente do PSD. “Estamos em presença de mais uma declaração do Presidente da República no sentido da sua próxima candidatura presidencial”, apontou.

Segundo o socialista, Marcelo está a perfilar a sua necessidade de se recandidatar para preencher um espaço que está fragilizado pelas incapacidades do CDS e do PSD.

No passado sábado, recorde-se, o Presidente da República considerou que “há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos”, notando que “o que aconteceu à direita” nas eleições europeias “é muito preocupante”.

As declarações do chefe de Estado despertaram desde logo reações, tendo o líder do PSD, Rui Rio, rejeitando a ideia, dizendo antes que a crise é transversal ao regime. Por sua vez, o ministro das Finanças, Mário Centeno, discordou de Rui Rio: “Creio que não existe uma crise de regime em Portugal”, defendeu.

ZAP //

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