Fim do “não é não”: Marcelo teme regresso de Passos Coelho e a sua aproximação ao Chega

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PSD / Flickr

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimenta Pedro Passos Coelho.

E se Luís Montenegro perder as eleições antecipadas? Cenário preocupa o chefe de Estado: o “não é não” poderia acabar.

“Quem tentar abrir uma guerra interna, morre“.

Foi com tal clareza que fonte da direção do PSD afastou qualquer outro nome para a liderança do partido que não o de Luís Montenegro, numa altura em que o país caminha para eleições antecipadas, com a moção de confiança anunciada pelo primeiro-ministro, que será votada na tarde da próxima terça-feira, com rejeição dada como certa.

E o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não foge à regra: o PSD rejeita essa e todas as outras opções para suceder a Montenegro na liderança do PSD, garante o Observador.

No entanto, o presidente da República já se prepara para o período de turbulência política que aí vem e antecipa uma reviravolta no PSD caso Luís Montenegro não consiga vencer nas urnas — que já previu para que seja “entre 11 e 18 de maio“. E é nessa altura que Marcelo vê Passos Coelho a regressar à presidência do partido, avança o Expresso esta quinta-feira.

A história do partido dita que quando líderes são derrotados, há uma tendência para a sua remoção e substituição. Segundo o semanário, o chefe de Estado tem um receio adicional: a aproximação de um PSD liderado por Passos Coelho ao Chega de André Ventura, fugindo ao firme “não é não” que caracterizou o PSD de Montenegro — e que tem mostrado ser cada vez mais “não”.

Na verdade, quando Passos Coelho ainda era líder, o apoio a André Ventura em algumas candidaturas locais foi explícito, como o apoio à candidatura do próprio Ventura a Loures em 2017.

Caso a moção de confiança seja rejeitada, Marcelo já afirmou que será inevitável a convocação de novas eleições. O presidente, que está a entrar no seu último ano de mandato tem, a partir de agora, uma agenda dividida em três ciclos. No primeiro ciclo, que se inicia agora, vai dedicar-se a gerir a crise política; o segundo ciclo começa em setembro, com a preparação para as eleições presidenciais, e o terceiro ciclo será a transição para o novo presidente.

A moção de confiança vai ser discutida e votada na terça-feira à tarde, confirmou fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República. Marcelo Rebelo de Sousa considerou fundamental que a incerteza política seja “reduzida ao mínimo” e que as eleições autárquicas e presidenciais decorram “em normalidade”.

Montenegro admitiu que “a antecipação de eleições não é desejável”, mas será “um mal necessário para evitar a degradação das instituições e a perda da estabilidade política”.

O líder socialista, Pedro Nuno Santos, já confirmou que o PS votará contra a moção; também André Ventura, líder do Chega disse que o partido jamais lhe “dará qualquer voto de confiança”.

IL vai aprovar moção de confiança

A Iniciativa Liberal (IL) indicou esta quinta-feira que vai votar a favor da moção de confiança apresentada pelo Governo.

“É uma indesculpável irresponsabilidade que neste contexto histórico nacional e internacional, com alterações desafiantes para Portugal e para a Europa, o país vá novamente para eleições, distraindo-se de forma grave dos problemas prementes que é preciso resolver”, pode ler-se, num comunicado enviado à agência Lusa.

O partido liberal acusou partidos e vários atores políticos de estarem “a fazer baixa política, colocando interesses partidários e pessoais à frente dos interesses do país, não estando à altura do momento histórico”.

“Esta era a altura de dizer ‘que se lixem as eleições’ e governar”, apontou.

O partido liderado por Rui Rocha destacou que “avisou várias vezes o primeiro-ministro do que devia fazer para sanar a crise política”, frisando que “era sua responsabilidade ter prestado os esclarecimentos necessários e focar-se na governação”.

A IL vincou também que os partidos que votem para fazer cair o Governo serão irresponsáveis. Mas garantiu ainda que “se forem convocadas eleições antecipadas a Iniciativa Liberal está pronta para as enfrentar, na certeza de que um voto na Iniciativa Liberal constituiu um voto na estabilidade, responsabilidade e maturidade das instituições e da política em Portugal”.

“Este voto na moção de confiança é um voto na defesa dos superiores interesses dos portugueses, que querem e merecem avançar com a sua vida, face à desresponsabilização dos vários partidos e seus líderes”, concluiu, na mesma nota.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Eu acho que o Passos deveria voltar. Considerando, todavia, essa impossibilidade, poderia/deveria ser feita uma coligação com o Chega, para fortalecer ainda mais o governo de Direita.
    Tudo isto é muito “bonito”, embora considere que é uma estupidez termos eleições agora. A estabilidade estava finalmente a construir-se, após oito anos de miséria esquerdóide, mas não me parece que certas pessoas pautem a sua conduta pela racionalidade, e intenção de querer mudanças para o país, que já foram instauradas, gradualmente.
    Espero que ocorra um fortalecimento da Direita, e que a mesma possa continuar a governar e a endireitar o país, como tenta fazer, apesar de ainda estar um pouco longe de alcançar certas metas. São os propulsores da estabilidade política que alguns partidos de Direita (para meu espanto), e toda a esquerda, por alguma razão egoísta ou quase “cega”, tentam deitar abaixo, por inveja ou até vontade de continuar no “poleiro”.

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  2. Como se não chegasse para Portugal o fantasma inútil de D. Sebastião, tentamos ressuscitar outro, igualmente inútil, o do Passos Coelho.
    Não temos emenda!

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    • Às vezes não compreendo como á gente que gosta na esquerda-lha, Será que não dá para ver que 50 Anos já chega de sufoco. Será que que não dá para ver que os partidos da direita oferece muito mais regalias. que a esquerda. Enfim é o que temos.

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