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Marcelo diz que os especialistas do cérebro dão razão ao seu apelo aos consensos

Miguel A. Lopes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se impressionado ao saber que biliões de neurónios só agem por consenso e concluiu que os cientistas do cérebro dão razão ao seu apelo aos partidos.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no final de uma visita a um campus de biotecnologia em Genebra, onde esteve com o presidente da Suíça, Johann N. Schneider-Ammann, durante a sua visita de Estado a este país.

“Eu saio muito feliz, porque eu passo a vida a defender consensos, acordos, e aparentemente os especialistas do cérebro dão-me razão”, declarou o Presidente da República. “Já imaginou o que é consenso entre biliões de neurónios? Se é possível esse consenso, há de ser possível o consenso entre meia dúzia de partidos“, considerou.

Durante esta visita, que a comunicação social não pode acompanhar, Marcelo Rebelo de Sousa conheceu vários laboratórios deste campus tecnológico e falou com investigadores, alguns deles portugueses.

No final, o Presidente da República destacou uma explicação que ouviu sobre as funções do cérebro, que reproduziu aos jornalistas: “Foi aqui explicado, e eu até fiquei muito impressionado, que cada neurónio tem uma visão do mundo, e luta com outras visões do mundo e são biliões de neurónios, por áreas”.

“Primeiro, há uma luta dentro de cada área até haver um consenso. Se não há consenso, não há posição dessa área. E depois as várias áreas, a visão, outro tipo de sentidos, entram também numa certa disputa ou debate, até haver uma decisão”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa traçou então um paralelo entre os comportamentos na sociedade e o funcionamento do cérebro: “Também na sociedade é a mesma coisa, dentro de uma família, dentro de uma empresa, dentro de uma escola”.

“Dentro de um Governo, dentro de um parlamento, dentro de um sistema político, cada qual tem a sua visão, têm de compor as visões, só no momento em que há consensos é que há preparação para uma decisão”, completou.

No seu entender, “deve ser mais difícil” haver consenso no cérebro de um indivíduo do que na política: “Porque enquanto no plano coletivo estamos a falar num número limitado de instituições, aqui estamos a falar de biliões de neurónios”.

/Lusa

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