Marcelo desvaloriza Chega. A saúde e a inflação “é que preocupam os portugueses”

José Fernandes / SIC / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que “o que preocupa” os portugueses são os problemas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou o aumento da inflação, horas após ter recebido em audiência uma delegação do Chega liderada pelo presidente do partido, André Ventura.

“Esses é que são os problemas que preocupam os portugueses”, disse Marcelo aos jornalistas, não tendo, contudo, comentado diretamente as queixas do Chega quanto à atuação do presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva, considerando que se tratam de “problemas internos dos órgãos de soberania”.

Em Belém, Ventura criticou a postura de Santos Silva na condução dos trabalhos, apontando para um ambiente “muito tenso” e indicando que “ninguém quer ver no Parlamento situações como já vimos noutros países do mundo, em que há deputados desentendidos uns com os outros, quase à batatada no hemiciclo”.

“Tudo acontece porque o ambiente dentro do hemiciclo, que era onde se deviam dispersas as energias políticas, é abafado e limitado por um presidente da Assembleia da República”, disse o líder do Chega, citado pelo Diário de Notícias.

Para o Chega, “a única figura que pode chamar a atenção de Augusto Santos Silva é Marcelo Rebelo de Sousa” e cabe ao Presidente “garantir que o ambiente serena”, tendo pedido a sua intervenção, “ainda que de forma discreta”.

Ventura disse aos jornalistas ter ficado com “a sensação” de que Marcelo “foi recetivo aos argumentos” que ouviu, “independentemente das ações que venha a tomar”, e que “foi sensível à situação de maioria absoluta e de possível mordaça sobre a democracia que o país enfrenta” e também “aos argumentos de cerceamento constante da liberdade”.

Na sexta-feira, Santos Silva divulgou um balanço da primeira sessão legislativa. Desde o início da legislatura, a AR realizou 35 reuniões plenárias, 64 audições parlamentares a governantes e 11 propostas e projetos-lei foram a votação final global. Realizaram-se 64 audições a elementos do Governo e 123 a outras entidades. Houve também 408 reuniões das várias comissões parlamentares.

ZAP //

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