Marcelo responde a Carlos César: “Costa é refém do povo, não meu”

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Miguel A. Lopes/Lusa

António Costa olha para Marcelo Rebelo de Sousa durante tomada de posse

O Presidente da República comentou o seu próprio discurso na tomada de posse do Governo usando as palavras do dirigente socialista, lembrando que o ultimato veio do povo com a atribuição da maioria absoluta, e não de Belém.

O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na tomada de posse do Governo, onde deixou avisos a António Costa sobre uma possível saída a meio do mandato para assumir um cargo europeu, continua a dar que falar.

No dia seguinte à tomada de posse, o presidente do PS, Carlos César, escreveu na sua página do Facebook que Costa só está “refém do povo que o elegeu e dos compromissos que assumiu”.

Carlos César referiu ainda que o “Programa do Governo será submetido ao órgão de soberania a quem incumbe a fiscalização política da actividade governativa – a Assembleia da República” e considerou o discurso de Marcelo foi “expectável”.

O Presidente da República respondeu, fazendo referências às palavras do dirigente socialista. “Se o presidente do partido no Governo assume que o primeiro-ministro é refém do povo, assume que ele está a avançar para uma empreitada de quatro anos e meio”, afirmou Marcelo.

O chefe de Estado sublinha novamente que o voto de confiança dos portugueses ao PS implica “estabilidade”, que neste caso “significou maioria absoluta”. “Podia haver outras saídas, mas escolheram essa estabilidade e a estabilidade é importante e a maioria absoluta é importante”, reforça.

Já sobre se estava a fazer um ultimato a António Costa, Marcelo responde: “É refém do povo, não é um ultimato do Presidente, se quiserem, eu não queria dizer assim, é um ultimato do povo, não é meu, para utilizar uma expressão que hoje vi utilizada por um dirigente socialista”.

“E tenho consciência de que o primeiro-ministro compreende isso. Portanto, o facto de o ter recordado não significa se não isto. Recordei aquilo que foi a decisão do povo“, acrescenta o Presidente, voltando a lembrar que mais do que um voto no PS, a maioria absoluta mostra que o povo votou também “num homem”.

Marcelo recusou também clarificar se os recados que deixou no discurso significam que convocaria eleições antecipadas na eventualidade de uma saída de António Costa a meio da legislatura.

“Não quero clarificar, porque decorre daquilo que é assumido pelo próprio partido do Governo, que o compromisso, quando se diz que alguém é refém do povo, é um compromisso para com o povo por um período para o qual o povo votou. Votou para uma legislatura. Portanto, não vale a pena estar a especular sobre cenários que estão fora de causa”, considerou.

Adriana Peixoto, ZAP //

2 Comments

  1. Ele4s são todos reféns do povo: Marcelo, Costa e todos os outros. Foram, todos eleitos pelo povo, por isso tem que trabalhar para o povo. Não quer dizer que cumpram..

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