Marcelo admite que foi difícil convencer investidores por causa do BE e PCP

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Nuno Veiga / Lusa

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O Presidente da República admitiu, esta quarta-feira, que no início do seu mandato teve dificuldades em convencer os empresários, nomeadamente estrangeiros, a investir em Portugal e a confiar na estabilidade do país.

Em entrevista à TSF, e questionado sobre a existência de preconceito ideológico por causa de um Governo apoiado pelo PCP e BE, Marcelo Rebelo de Sousa admite que “foi uma luta”, durante 2016, convencer os empresários a investir em Portugal.

“No início do meu mandato eu encontrei de facto esse preconceito. Vários investidores internacionais e alguns, não todos, não muitos, internos, sistematicamente tinham muitas dúvidas sobre o cumprimento dos compromissos europeus. Vai mesmo cumprir-se aquilo que são compromissos em relação ao equilíbrio das contas públicas? Vai mesmo haver estabilidade política?”, disse o Presidente da República.

Na entrevista, Marcelo disse que foi “uma luta ao longo do ano de 2016 para que esses setores aceitassem e percebessem que estava a haver um processo que não correspondia às suas expectativas, porque as expectativas eram baixas e nalguns casos negativas”.

Questionado sobre se entretanto o medo dos investidores mudou, o Presidente da República avançou que a postura alterou-se, mas salientou que é “uma luta diária”.

“Mudou muito apreciavelmente, mas é uma construção no dia-a-dia. O problema dos investidores é que eles têm o dinheiro. Têm a última palavra a dizer em termos de onde é que vão investir”, afirmou.

A entrevista à TSF acontece no dia em que o Presidente promove uma conferência, em Lisboa, com a qual pretende colocar o investimento no topo da agenda política.

Esta conferência, intitulada “Investimento em Portugal”, decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, durante todo o dia, com a participação de mais de uma dezena de oradores, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

// Lusa

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