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Cientistas criam máquinas que “comem” e evoluem como organismos vivos

Depois da Inteligência Artificial, estaremos a um passo do metabolismo artificial? Uma equipa de cientistas desenvolveu um novo biomaterial que é capaz de replicar algumas das propriedades que associamos a seres vivos.

Num mundo onde máquinas e robôs estão a desenvolver-se a passos largos, a linha entre organismos vivos e coisas artificiais acaba de ficar mais ténue. Uma equipa de investigadores da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, acaba de desenvolver um novo biomaterial que, apesar de não ter vida, é capaz de replicar algumas propriedades que associamos a organismos vivos.

De acordo com o Cornell Chronicle, a equipa criou máquinas orgânicas que se movem sozinhas, consumindo recursos para obtenção de energia. Além disso, estas máquinas crescem, mudam e, eventualmente, morrem – tal como um ser vivo.

Os cientistas criaram um conjunto de materiais dinâmicos à base de ADN, o polímero responsável por todos os aspetos da vida, que tem um metabolismo artificial e capacidades de se formar e de se organizar sozinhos – três componentes-chave dos seres vivos.

Dan Luo, professor de engenharia biológica e ambiental da Universidade de Cornell, explicou que este é um “novo tipo de biomaterial com o seu próprio metabolismo artificial”. “Não estamos a fazer algo que tem vida, mas sim a criar materiais que têm mais vida do que os que já foram vistos antes”, sintetizou.

No artigo científico, publicado no dia 10 de abril na Science Robotics, os cientistas explicam que usaram a tecnologia a que chamaram DASH (DNA-based Assembly and Synthesis of Hierarchical) para conseguir que estas máquinas desenvolvessem metabolismo e a capacidade de se auto-compor e organizar.

Apesar de esta criação parecer muito algo que está vivo, os cientistas realçam que estão a “introduzir um novo conceito de matéria natural, alimentado pelo próprio metabolismo artificial”.

Este trabalho é um grande avanço e uma promessa para o futuro no que diz respeito à criação de robôs avançados. Os cientistas acreditam que poderá ser possível, um dia, tirar um robô de uma embalagem, colocá-lo dois minutos do microondas et voilá: vê-lo crescer e formar-se à nossa frente.

Apesar de parecer uma cena retirada de um filme de ficção científica, esta realidade pode não ser assim tão distante, uma vez que os organismos semi-artificiais-semi-naturais desenvolvidos em Cornell conseguem andar, consumir recursos para gerir energia, crescer, acabando por enfraquecer e eventualmente morrer.

ZAP //

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