Um “mapa do tesouro” criado com IA prevê onde estão escondidos 300 mil meteoritos na Antártida

Katherin Joy / Antarctic Search for Meteorites Program

A Antártida é um dos melhores lugares do mundo para procurar meteoritos

A equipa estima que haja 300 mil meteoritos algures no continente da Antártida. O novo mapa teve em conta fatores como a temperatura, o declive na superfície e o fluxo do gelo para prever onde estes estão escondidos.

Os meteoritos caem por todo o mundo, mas uma equipa de investigadores da Universidade de Tecnologia de Delft, nos Países Baixos, decidiu debruçar-se sobre onde estão escondidos os tesouros da Antártida.

Os especialistas decidiram usar a inteligência artificial para criarem uma espécie de “mapa do tesouro” que identifica zonas onde há uma maior probabilidade de serem encontrados meteoritos, revela o Universe Today

Um estudo publicado na Science Advances detalhou o processo. “Através das nossas análises, descobrimos que as observações da temperatura pelos satélites, a taxa de fluxo de gelo, a cobertura da superfície e a geometria são bons preditores da localização de áreas ricas em meteoritos. Esperamos que o ‘mapa do tesouro’ seja 80% preciso“, revela a autora Veronica Tollenaar.

Com base no estudo, os cientistas estimam que mais de 300 mil meteoritos estão escondidos algures na paisagem gelada da Antártida. Quando forem encontrados, podem dar muitas respostas aos cientistas.

“Encontramos várias áreas ricas em meteoritos que nunca foram visitadas e que estão relativamente perto de pontos de pesquisa“, afirma Stef Lhermitte, outro co-autor do estudo.

Os meteoritos já se acumulam há milhares de anos na Antártida e são preservados pelo clima frio e desértico do continente, ficando embutidos nos glaciares. Com os fluxos lentos dos glaciares, os meteoritos são levados também e só aparecem à superfície quando o glaciar choca com um largo objeto que obrigue o gelo a levantar. Os ventos secos da Antártida também corroem lentamente o gelo, expondo as rochas.

Os meteoritos são demasiado pequenos para serem detetados individualmente a partir do Espaço, mas com a combinação de medidas indiretas de satélites, como a temperatura, o fluxo do gelo, os declives da superfície e a forma como o gelo reflete sinais de radar, a equipa acredita que a inteligência artificial consegue prever onde estes se concentram.

As áreas com gelo azul são conhecidas por terem meteoritos, já que o contraste entre as cores facilita a deteção e a recolha destas rochas durante as missões em campo na Antártida.

No entanto, há ainda muitas áreas remotas no continente que nunca foram visitadas e as notícias de missões de recuperação de meteoritos anteriores são geralmente ambíguas e pouco detalhadas.

Com este novo mapa do tesouro interativo, o potencial para a descoberta de mais meteoritos na Antártida é maior do que nunca.

ZAP //

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