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“Uma mão cheia de nada”. Norte critica Plano de Recuperação e quer metade da bazuca europeia

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Autarcas do norte consideram que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), financiado pela chamada bazuca europeia, não prevê investimentos suficientes para a região, considerando que esta devia receber quase metade dos fundos que o Governo tem para gastar.

Autarcas dos municípios do norte estão a preparar um documento, no âmbito do Conselho Regional do Norte (CRN), que reclama ao Governo que aplique na região 46,7% da totalidade dos fundos disponibilizados pela União Europeia (UE) para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Estão em causa 7,8 mil milhões de euros do “bolo” total de 16,7 mil milhões de euros que a UE destinou a Portugal, no âmbito da negociação dos fundos para a recuperação europeia da pandemia de covid-19.

O Jornal de Notícias (JN) teve acesso ao texto que está a ser ultimado pelo CRN, onde se argumenta com o “peso relativo da região” para justificar que quase metade dos fundos da bazuca europeia se destinem ao norte.

Além desse dado, o CRN defende a descentralização do PRR, nomeadamente para que a Estrutura de Missão responsável pela sua execução nacional se localize a norte, como destaca o mesmo jornal.

O documento, que será enviado ao Governo, também aponta que a gestão dos fundos europeus deverá envolver as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento das Regiões (CCDR) em colaboração com as entidades intermunicipais e os municípios.

“Ambulâncias vão continuar a ir a Bragança por Espanha”

Autarcas da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) estão entre os que criticam as medidas previstas para o norte no PRR, considerando que é “uma mão cheia de nada para a região“, conforme declarações do presidente da entidade, Artur Nunes, à TSF.

O PRR “é um atentado à capacidade de resiliência deste território do interior do país”, nota ainda Artur Nunes que também é presidente da Câmara de Miranda do Douro.

“Quando há verbas e projectos, não vemos atitude política para investir aqui“, acrescenta o presidente da CIM-TTM.

Os nove autarcas do distrito de Bragança (Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Vimioso, Vila Flor, Alfândega da Fé, Miranda do Douro, Vinhais e Bragança) “estão indignados pelo facto de o plano não incluir investimentos já há algum tempo prometidos e outros até já assumidos como prioritários e acordados entre os Governos de Portugal e Espanha”, designadamente na Cimeira Ibérica, como destaca a TSF.

A falta de investimento na ferrovia e nos transportes rodoviários estão entre as críticas dos autarcas de Bragança.

“A ligação de Vimioso a Bragança, apesar de prometida e com projecto praticamente concluído não consta” e “era fundamental para o transporte de doentes de Miranda do Douro e de Mogadouro para o hospital de Bragança”, nota Artur Nunes, vincando que sem ela se está “a limitar o acesso à saúde, porque as ambulâncias vão continuar a ir por Espanha”.

Outra área de reivindicação prende-se com a falta de investimento na transição digital. “Em muitos dos nossos concelhos, não temos sequer acesso nem a 3G nem a 4G e o 5G não o vamos ver porque não está previsto”, atira também Artur Nunes.

Assim, o autarca considera que o PRR “é um paliativo para esta região, condenando-a a uma morte lenta e dolorosa“.

Susana Valente, ZAP //

16 Comments

  1. + vale esse dinheiro nem vir pra cá, porque vai ser só pra alimentar compadrios e depois vamos ter que ser (+ 1 vez) nós a pagar tudo. Basta olhar pra trás e a história vai-se repetir

      • Vai, não vai?!
        E os portugueses podem morrer à fome, e o país pode ficar ainda mais miserável que vai muito bem, não vai?! Mais ou menos como na Coreia do Norte ou na Venezuela…

      • Normalmente quando aparece a Venezuela ou a Coreia do Norte, já se sabe que vem aí disparate, e agora não foi diferente…
        Mas qual “fome” ou “país miserável?!
        Estás a falar da Somália??
        .
        Bom era entregar tudo sem qualquer critério, para os “empresários” comprarem “tratores” Mercedes, Ferrari’s, etc, como no tempo do Cavaco; não?!

      • Sim, de facto muitos concordarão que na Venezuela e na Coreia do Norte o que mais abunda são disparates, tal como por cá começa a acontecer.
        Bom era o dinheiro servir todos os portugueses, sem esquecer (para o bem de todos) os que criam riqueza, que são os empresários e os empreendedores.
        O critério deste governo na distribuição do dinheiro (que não lhe pertence) é o cartão político e a cegueira ideológica. Nada mais simples do que isso…

      • Tem razão!
        Só assim se compreende que muitíssimas empresas estejam sem qualquer apoio neste período de pandemia, e ao mesmo tempo se enterrem milhões numa empresa falida que é a TAP

      • O governo tem andado a falar de apoios às empresas que não existem e que nunca chegam. É o governo da fantochada.

      • Claro que todos querem deitar a mão ao pote e haverá dinheiro que irá para “amigos” ou “empresários” que não vão produzir nada…
        Já o que for gasto em saúde e educação é para o bem de todos!!
        Os empresários que criam riqueza também irão receber boa parte do que for gasto pelo Estado em saúde, educação, etc, porque irá passar por eles a construção, a compra de equipamentos, etc, etc…
        .
        Existirão erros e abusos, mas nunca como hoje isso será tão escrutinado!
        O mundo já não está em 1990 e hoje, a tecnologia e os métodos de controlo são muitíssimo mais eficientes.

      • Claro que todos querem deitar a mão ao pote, e haverá dinheiro que irá para “inimigos” ou “empresários” que não vão produzir nada…
        Já o que não for gasto em saúde e educação, não é para o bem de todos!!
        Os empresários que criam riqueza, não irão receber boa parte do que for gasto pelo Estado, em saúde, educação, etc, porque irá passar por eles a construção, a compra de equipamentos, etc, etc…
        .
        Existirão erros e abusos, mas isso será escrutinado!
        O mundo já não está em 1995, e hoje, a tecnologia e os métodos de controlo são muito mais eficientes.

      • Para a máquina do Estado mas sob a fórmula do compadrio (rapaziada ou boys), não compreendes sr. Eu! ? Só amiguinhos, com Costa já entraram uns milhares, em pouco tempo, quando a ideia propalada, era precisamente ao contrário.

  2. Os Oportunistas em ação como sempre, com o apoio da comunicação social, apertam o cerco (como Sempre) ao governo, e farão tudo por engolir a BAZUCA todinha, e ainda ficaremos a dever, ou o Governo e o Presidente da Republica se impõe, se desliga dos senhores de opinião que sabem sempre tudo, e que a comunicação social os ajudará dando tempo de antena, ou os comilões comem tudo e ficaremos todos sem nada, e o País mais pobre ainda, os Portugueses tem de estar atentos, desconfiando sempre da comunicação social, já lá vai o tempo que as Televisões eram do Estado e funcionavam a favor dos Portuguesas, hoje a comunicação é privada e portando funciona em função dos interesses dos grupos de interesses privados.

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