/

18 anos seguidos a fugir a impostos: a vida de Manuel Pinho

José Sena Goulão / Lusa

O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho

Antigo governante andou a evitar pagamentos ao fisco mesmo quando era ministro da Economia.

O currículo de Manuel Pinho continua a ser investigado pela Justiça portuguesa – e continua a revelar mais suspeitas.

O antigo ministro da Economia Manuel Pinho foi acusado, já em Dezembro, de corrupção e branqueamento de capitais, no âmbito do processo EDP. O ex-banqueiro Ricardo Salgado também foi acusado.

Pinho seria “um verdadeiro agente infiltrado” do Banco Espírito Santo/Grupo Espírito Santo no Governo da República.

O jornal Correio da Manhã revela entretanto que, no âmbito dessa acusação do Ministério Público, Manuel Pinho fugiu ao pagamento de impostos em Portugal durante 18 anos seguidos.

Mais concretamente entre Novembro de 1994 e Julho de 2012. Ou seja, incluindo os quatro anos durante os quais foi ministro da Economia, nos tempos de José Sócrates.

Novembro de 1994 foi o mês que marcou o início de Manuel Pinho nos quadros de administradores do Banco Espírito Santo.

Ao longo de quase duas décadas consecutivas, o antigo governante terá recebido verbas em contas no estrangeiro de offshores, do saco azul do Grupo Espírito Santo.

Manuel Pinho é acusado de receber todos os meses, sem declarar, cerca de 15 mil euros durante todos esses anos. Além de um pagamento de 500 mil euros em Maio de 2005 (dois meses depois de ter iniciado funções como ministro da Economia).

Os pagamentos terão continuado durante o seu período enquanto ministro. Durante esses quatro anos, terá recebido mais de 1.2 milhões de euros do saco azul do GES.

Até 2005 todos os pagamentos terão sido realizados por uma empresa offshore suspeita de ser o veículo do saco azul do Grupo Espírito Santo, a Espírito Santo Enterprises.

A partir daí o dinheiro terá chegado da Tartaruga Foundation – igualmente uma empresa offshore, no Panamá, criada pelo próprio Manuel Pinho e pela sua esposa Alexandra Pinho (também acusada de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal).

Em Julho de 2012 terá acabado o “desvio” do fisco – foi quando que aderiu ao Regime Excecional de Regularização Tributária III, um perdão fiscal. Legalizou mais de 2.7 milhões de euros, pagando uma taxa de IRS de 7,5%.

ZAP //

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.