João Manso Neto “rasgou” o acordo de não concorrência que tinha com a EDP, que previa o pagamento de 560 mil euros por ano até 2023, para se juntar à Altri.
O ex-administrador da EDP, João Manso Neto, suspeito no caso relacionado com as rendas da elétrica nacional e suspenso de funções por decisão de Carlos Alexandre, assinou um acordo de não concorrência com a EDP, assim como António Mexia.
Manso Neto iria receber 560 mil euros por ano, até 2023, além das outras regalias também atribuídas ao antigo presidente executivo da EDP. Em 2020, Manso Neto recebeu 1,65 milhões de euros em remunerações da EDP, tendo sido o segundo gestor mais bem pago da empresa, atrás de Mexia.
Agora, sabe-se que João Manso Neto decidiu “rasgar” o acordo de não concorrência para poder continuar a trabalhar na área da energia. Segundo avança o Expresso, vai em breve ser apresentado como presidente executivo da empresa de energias renováveis do grupo Altri, a Bioelétrica.
O antigo gestor da EDP assinou o acordo de cessação de funções e de não concorrência a 20 de novembro, já depois de ter sido afastado da liderança da EDP. Os valores envolvidos estão assentes nas “melhores práticas de mercado”, explicou a elétrica nacional.
A EDP entendeu que tinha de celebrar estes acordos, uma vez que os dois gestores “tiveram acesso, em decorrência e por inerência do desempenho das respetivas funções, durante um período de catorze anos, ao conhecimento e a extensa informação privilegiada e particularmente sensível no plano da concorrência relativamente à estratégia e ao negócio do Grupo EDP”.
Ainda segundo o Expresso, João Manso Neto terá abandonado a EDP desagradado com a indisponibilidade da empresa para que lá pudesse continuar a trabalhar. O antigo administrador da EDP é um dos mais experientes gestores no setor energético em Portugal depois de ter estado quase duas décadas na EDP.