O ex-primeiro-ministro da Macedónia, Nikola Gruevski, foi condenado em outubro pela utilização pessoal de um Mercedes avaliado em 600.000 euros, pago com dinheiros públicos. No entanto, o ex-governante não se apresentou em tribunal.
Um tribunal macedónio emitiu esta segunda-feira um mandado de detenção contra o ex-primeiro-ministro Nikola Gruevski, que não se apresentou para cumprir uma pena de prisão por abuso de poder, anunciou o ministério do Interior do país.
O ex-governante, de 48 anos, e antigo líder do VMRO-DPMNE (direita), governou o país de 2006 a 2016. Foi condenado em apelo em outubro pela utilização pessoal de um Mercedes avaliado em 600.000 euros, pago com dinheiros públicos.
A sua detenção foi solicitada por um tribunal de Skopje após o fim de um prazo ao ex-líder político, atual deputado, para se apresentar na prisão após ter movido todos os recursos.
“O ministério recebeu a ordem do tribunal principal de Skopje para prender Gruevski”, declarou Toni Angelovsvki, porta-voz do ministério do Interior. “De momento não existe mandado de detenção internacional. Caso não seja detetado no país nas próximas 24 horas, vamos procurá-lo à escala internacional“, explicou o responsável.
Nikola Gruevski confronta-se apenas com o início de problemas judiciais, por estar indicado em outros cinco processos, relacionados com corrupção, abuso de poder, fraude eleitoral e ainda escutas ilegais de opositores ou representantes da sociedade civil. Ao referir-se à sua condenação, Nikola Gruevski denunciou uma “perseguição política”.
O seu campo político foi afastado do poder na primavera de 2017 por uma coligação liderada pelo social-democrata Zoran Zaev, apoiado pelos partidos da minoria albanesa.
O ex-líder conservador era considerado a expressão da intransigência do seu país e ex-república jugoslava no conflito com a Grécia, que exigia ao seu pequeno vizinho uma alteração do nome, para terminar com o veto sobre a adesão da Macedónia à NATO e ao processo de adesão à União Europeia.
Em 30 de setembro, um referendo consultivo aprovou por larga maioria o prosseguimento deste processo, mas com uma reduzida taxa de participação (36,8%), que invalidou a consulta. Na ocasião, a formação conservadora optou por não apelar diretamente ao voto “não”, sugerindo a abstenção.
No entanto, o parlamento aprovou em 20 de outubro, por uma maioria de dois terços e com a contribuição decisiva de diversos deputados do VMRO-DPMNE, a alteração do nome do país para “República da Macedónia do Norte“, um primeiro passo para terminar com um diferendo com Atenas e que se prolonga desde a declaração da independência da Macedónia, em 1991.
// Lusa