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Mamífero herbívoro gigante vagueava com os dinossauros na atual Polónia

Karolina Suchan-Okulska

Ilustração de um Lisowicia bojani

Cientistas descobriram um fóssil que atribuem a um animal herbívoro gigante que viveu na atual Polónia há mais de 200 milhões de anos e foi contemporâneo dos dinossauros.

Os primeiros fósseis foram encontrados em 2005, e mais foram descobertos desde então. Os ossos estavam em depósitos de um rio, juntamente com anfíbios gigantes, dinossauros e outros animais. A equipa também encontrou o que parecem ser pegadas e fezes fossilizadas, que confirmam que era um herbívoro.

O animal, descrito como uma criatura de quatro patas e do tamanho de um elefante, terá pertencido ao mesmo ramo evolutivo dos mamíferos. De acordo com o estudo, publicado a 22 de novembro na revista Science, o animal parecia um cruzamento entre um rinoceronte e uma tartaruga.

Um dos cientistas, Grzegorz Niedzwiedzki, paleontólogo na universidade sueca de Uppsala, sustenta que o fóssil, designado como “Lisowicia bojani“, desfaz a tese de que os dinossauros eram os únicos grandes herbívoros que existiam no período geológico do Triássico tardio.

O fóssil pertence a um herbívoro ancestral: o primeiro dicinodonte encontrado. O nome dado a este tipo de mamíferos significa “dois dentes de cão”, referindo-se às presas características na mandíbula superior, que se assemelham a caninos em tamanho grande.

Grzegorz Niedzwiedzki / Universidade Uppsala

Além das presas, os dicinodontes eram praticamente desdentados, com um bico como as tartarugas atuis. Fazem parte do grande grupo evolucionário dos sinapsídeos, que inclui os mamíferos ancestrais, e foram alguns dos animais terrestres mais abundantes e diversificados de 270 milhões até cerca de 240 milhões de anos atrás.

“Dicinodontes são uma linhagem irmã à linhagem dos mamíferos, mas não são os seus antepassados”, disse Niedzwiedzki. “São os nossos primos distantes, mas não os nossos antepassados imediatos”.

A equipa reconstruiu grande parte do animal porque o esqueleto está notavelmente intacto. O investigador disse acreditar ter cerca de 70% do esqueleto, o que é bom para ossos com 211 milhões de anos.

ZAP // Lusa / Phys / NewScientist

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