A Argentina ficou com esperanças de recuperar a soberania das Malvinas, depois de ter visto um acordo entre Reino Unido e Maurícias pelo arquipélago de Chagos. Os argentinos querem replicar a receita mauriciana, mas não será fácil.
As Ilhas Malvinas são um território ultramarino britânico, que a Argentina reivindica há quase dois séculos, desde 1833 – ano em que o Reino Unido reafirmou o controlo do arquipélago.
A Argentina entrou em guerra com o Reino Unido em 1982, depois de a Junta Militar argentina, durante a última ditadura (1967-1983), ter ocupado as ilhas.
A guerra não deu em nada, só em mortes. As ilhas continuaram a ser administradas pelo Reino Unido, mas a disputa pela soberania persiste até hoje.
Esta quinta-feira, depois de o Reino Unido ter aceitado transferir a soberania do arquipélago de Chagos para as Maurícias, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina Diana Mondino encheu-se de esperanças e prometeu que o país irá replicar a “receita mauriciana” e recuperar as Malvinas.
“A longa disputa entre a Grã-Bretanha e as Maurícias chegou hoje [quinta-feira] ao fim (…). Comemoramos este passo na direção certa e pondo fim a práticas obsoletas”, disse a ministra, na rede social X (antigo Twitter).
“Seguindo o caminho que iniciámos, com ações concretas e não com retórica vazia, recuperaremos a plena soberania das nossas ilhas Malvinas. As Malvinas foram, são e serão sempre argentinas”, acrescentou Mondino.
A Guerra das Malvinas provocou a morte de cerca de 900 pessoas, quase todas militares e a maioria militares argentinos. No ano seguinte (1983), a ditadura caiu, na Argentina.
Mas será assim tão fácil?
Pouco antes, as autoridades britânicas das Malvinas reconheceram que pode haver preocupação no território depois do acordo com as Maurícias, mas notaram que “os contextos jurídicos e históricos” dos dois arquipélagos são diferentes.
Além disso, Londres já fez saber que “não aceitará nada que possa pôr em perigo a soberania de outros territórios ultramarinos”.
Em 24 de setembro, Mondino, e o homólogo britânico, David Lammy, decidiram retomar o diálogo sobre questões relacionadas com as Ilhas Malvinas, excluindo a soberania do arquipélago.
Os dois ministros concordaram em retomar as negociações para finalizar a terceira fase do projeto que, com a intervenção da Cruz Vermelha Internacional, procura identificar os corpos dos soldados argentinos mortos na guerra de 1982 entre os países, motivada pela disputa das Malvinas.
Dará para replicar “receita” de Chagos?
O acordo entre o Reino Unido e as Maurícias foi anunciado na quinta-feira, numa declaração conjunta entre os primeiros-ministros dos dois países, após dois anos de negociações.
O pacto político prevê que o Reino Unido e os Estados Unidos continuem a utilizar a base militar na ilha de Diego Garcia, no arquipélago de Chagos, durante um período inicial de 99 anos.
O tratado “resolverá os erros do passado” e expressará “o compromisso de apoiar o bem-estar dos chagossianos”, os cerca de dois mil habitantes indígena de Chagos que foram expulsos nas décadas de 1960-70 para as ilhas Maurícias e Seychelles, para permitir o estabelecimento da base militar.
Assim, “a Maurícia será agora livre de implementar um programa de reinstalação nas ilhas do arquipélago de Chagos, fora de Diego Garcia”, enquanto o Reino Unido fornecerá financiamento através de um fundo fiduciário.
A Maurícia está em festa: “Cinquenta e seis anos após a nossa independência, a nossa descolonização está concluída (…). O hino nacional vai ressoar ainda mais alto em todos os nossos territórios”, celebrou o primeiro-ministro das Ilhas Maurícias, Pravind Kumar Jugnauth, numa mensagem à nação.
ZAP // Lusa
O malandro do mileco querendo atrair os holofotes para si, mais uma vez. Se entrar na guerra, os porteños irão levar uma saraivada no meio do rabo, que não saberão nem onde é a casota…