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Malásia desmente ter encontrado destroços do avião desaparecido

PinarOzger / Flickr

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As autoridades da Malásia desmentiram esta segunda-feira que tenham sido encontrados restos do avião da Malaysia Airlines, desaparecido no passado sábado, tal como informaram fontes do Vietname, enquanto procedem com a investigação “sem descartar nenhuma possibilidade”.

O diretor geral do departamento de Aviação Civil, Azharuddin Abdul Rahma, desmentiu, em concreto, as informações procedentes do Vietname que, na noite de domingo, indicaram que um avião de reconhecimento vietnamita tinha avistado, a sul de Tho Chu, o que pareciam ser, da perspetiva aérea, possíveis destroços do Boeing 777 que desapareceu no sábado, ao largo do Vietname.

Uma fonte oficial da Comissão Nacional de Busca e Salvamento, que não se quis identificar, tinha dito ontem que receberam “informação de um avião vietnamita que diz ter descoberto dois destroços, que parecem pertencer a um avião, localizados a cerca de 50 milhas do sudeste da ilha de Tho Chu”.

“Estas informações não foram atestadas hoje oficialmente pelas autoridades do Vietname”, disse o dirigente da Aviação Civil da Malásia.

Azharuddin confirmou que a Agência de Segurança Marítima da Malásia enviou para laboratório duas amostras de combustível recolhidas a cerca de cem milhas náuticas de uma praia de Kelantan, no país, para que se determine si pode ou não pertencer ao B-777.

Os resultados da análise são esperados para a tarde de hoje, na Malásia, segundo órgãos locais de informação.

Retomadas buscas do avião da Malaysia Airlines

Azharuddin Abdul Rahman disse que 24 aviões e 40 barcos do Austrália, China, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Singapura, Tailândia e Vietname, além da própria Malásia, participam nas operações de busca no Golfo da Tailândia, retomadas esta segunda-feira.

“Lamentavelmente, não encontrámos nada que pareça ser do avião nem mesmo o avião”, disse Azharuddin, em conferência de imprensa transmitida pelo canal malaio TV1.

As buscas prosseguem em redor da ilha vietnamita de Tho Chu, na área onde se presume que pode ter-se despenhado o Boeing 777-200, caso não tenha alterado o rumo, segundo autoridades da Malásia.

As pesquisas alargam-se igualmente às águas do estreito da Malásia, considerando um eventual retorno do avião ao ponto de partida.

A Austrália enviou dois aviões da Força Aérea, para inspeccionarem a área.

O voo MH370, que transportava passageiros de 14 nacionalidades e 12 membros de tripulação, perdeu o contacto com o controlo de tráfego aéreo entre a zona leste da Malásia e o sul do Vietname.

A bordo do avião, que partiu de Kuala Lumpur às 00h41 locais (16h41 de sexta-feira em Lisboa) rumo a Pequim, seguiam 239 pessoas, incluindo menores e 12 membros da tripulação, de 14 nacionalidades.

Passadas mais de 48 horas desde o seu desaparecimento, o avião permanece em paradeiro desconhecido e não foram ainda detectados sinais do transmissor de emergência da aeronave.

Segundo a companhia aérea Malaysia Airlines, o aparelho não enviou qualquer sinal de socorro.

Um “mistério sem precedentes”

Entretanto, agências de serviços de informação de vários países participam numa investigação que visa clarificar se houve uma eventual mudança de rota.

“Os nossos serviços de informação foram mobilizados e todas as agências de contraterrorismo (…) de todos os países envolvidos foram informadas”, disse no domingo o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein.

Os Estados Unidos da América, que tinham três cidadãos a bordo do avião desaparecido, enviaram agentes do FBI para o país, e já estão no local, de acordo com o Los Angeles Times, citado pelas agências internacionais.

Azharuddin frisou que nenhuma hipótese é descartada, incluindo a de um eventual sequestro ou ataque terrorista. “Precisamos de provas, de restos do avião para determinar o que é que aconteceu”, afirmou, qualificando o caso como um “mistério sem precedentes na aviação”.

Segundo Azharuddin, os especialistas estão a analisar as gravações e vídeos de um circuito interno de televisão de dois passageiros que embarcaram no avião com passaportes roubados.

Em causa, os passaportes do italiano Luigi Marald e do austríaco Christian Kozel, os quais foram furtados em 2013 e 2012, respetivamente, na Tailândia, de acordo com dados confirmados pela Interpol.

Azharuddin não confirmou, porém, se os passageiros que utilizaram os passaportes falsos tinham traços asiáticos, como indicou, horas antes, o ministro do Interior da Malásia.

O mesmo responsável indicou também que se encontram a ser investigados os casos de outros cinco que não embarcaram.

/Lusa

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