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“Make Our Planet Great Again”. O mundo vira as costas a Trump

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Jonathan Ernst / Reuters

Donald Trump

Donald Trump

O Presidente americano confirmou, esta quinta-feira, a saída dos EUA do Acordo de Paris. Os líderes mundiais não estão satisfeitos e até alguns dos conselheiros da sua administração, como por exemplo Elon Musk, já lhe viraram as costas.

O Acordo de Paris “é um exemplo desvantajoso para os Estados Unidos“, disse esta quinta-feira Donald Trump, que considerou o tratado como sendo pouco exigente para com a China e a Índia.

“Não vejo nada que se possa atravessar no nosso caminho” para relançar a economia americana, disse ainda, acrescentando que está pronto para negociar um novo acordo sobre o clima “em termos justos para os Estados Unidos”.

Como seria de esperar, a decisão de Trump está a provocar um grande desconforto entre os vários líderes mundiais e até o seu antecessor, Barack Obama, já acusou o republicano de estar a “rejeitar o futuro”.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse hoje, em Bruxelas, na abertura da cimeira UE-China, que “não há marcha atrás na transição energética, não há marcha atrás sobre o acordo de Paris”. Desta cimeira deverá sair uma declaração que reafirma o compromisso no combate ao aquecimento global.

“Nós pensamos que o Acordo de Paris é o maior compromisso da ‘comunidade internacional’ sobre a questão das alterações climáticas. As partes envolvidas devem proteger os resultados que foram conseguidos com esforço”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Hua Chunying.

De acordo com a declaração oficial, o governo da República Popular da China indica que “vai tomar medidas concretas” sobre as alterações climáticas. “Trata-se de uma responsabilidade da China e dos grandes países responsáveis face às necessidades do desenvolvimento”, acrescentou a porta-voz.

“Make Our Planet Great Again”

Por sua vez, o Presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu adaptar o famoso slogan de Trump para fazer frente à sua decisão. Em inglês, para se fazer ouvir na América, o chefe de Estado afirmou que é crucial “Make Our Planet Great Again” (“Tornar o Nosso Planeta Grande Outra Vez” em tradução para português).

Macron afirmou, no discurso transmitido pela televisão a partir do Eliseu, que Trump tinha cometido “um erro para o futuro do seu país” e “uma falta para o futuro do planeta”. Dirigindo-se diretamente aos EUA, Macron afirmou: “Não se enganem sobre o clima. Não há Plano B, porque não há planeta B”.

O Presidente convidou ainda os cientistas e empresários norte-americanos a irem trabalhar para França. “A todos os cientistas, engenheiros, empresários cidadãos empenhados a quem a decisão do presidente dos EUA dececionou”, Macron garantiu que encontrariam “uma segunda pátria em França”.

Decisão de Trump é “contrária à inteligência”

O Japão estava “confiante de que iria trabalhar com os EUA no âmbito do Acordo de Paris, pelo que o anúncio da administração norte-americana é lamentável“, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, em comunicado.

As alterações climáticas “requerem esforços concertados da comunidade internacional”, sublinhou, acrescentando que Tóquio “explorará vias para cooperar com os EUA” e conseguir que este país, o segundo maior emissor global de gases de efeito estufa, “enfrente de forma eficaz o problema”.

Por seu lado, o ministro do Ambiente, Koichi Yamamoto, mostrou-se “dececionado” e “chateado” com o anúncio do Presidente norte-americano, e classificou-o de “contrário à inteligência da humanidade”, em conferência de imprensa.

Também a chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje estar “mais determinada do que nunca” para atuar sobre as questões climáticas. “Essa decisão não pode e não vai travar aquilo que nós, por obrigação, temos de proteger”. “Nós estamos mais determinados que nunca, na Alemanha, na Europa e no mundo a juntar esforços”.

Elon Musk e Robert Iger abandonam Trump

O fundador da Tesla anunciou através da sua conta no Twitter que vai “deixar de ser conselheiro presidencial. As alterações climáticas são reais. Deixar Paris não é bom para a América nem para o mundo”, escreveu Elon Musk.

Ontem, o milionário já tinha avisado que poderia deixar o cargo, caso se confirmasse a decisão de Trump em abandonar o acordo contra as alterações climáticas. Questionado por um utilizador na mesma rede social, Musk afirmou que “não teria outra escolha se não abandonar” a equipa de conselheiros do Presidente.

O presidente e CEO da Walt Disney Company, Robert Iger, também já anunciou que, por “uma questão de princípios”, vai abandonar a equipa de conselheiros.

Em setembro de 2015, em Paris, representantes de 195 países, entre os quais os EUA, estiveram presentes na COP21, 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, onde aprovaram um acordo para combater as alterações climáticas.

O objetivo do acordo é reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, principais responsáveis pelas mudanças do clima que levaram à ocorrência mais frequente de fenómenos extremos, como ondas de calor, secas ou cheias, e a elevação do nível do mar.

Entretanto, decorre até domingo em Chantily, nos EUA, a reunião anual dos Bilderberg, o “clube secreto” que alegadamente controla o mundo, e que entre outros pontos tem na sua agenda deste ano discutir a presidência de Donald Trump.

E se há um sítio em que, segundo se diz, o chefe de estado de um país como os Estados Unidos pode ouvir as palavras “estás despedido“, é na reunião dos Bilderberg.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. É a histeria dos mentecaptos como Macron e Cia que nunca souberam o que era produzir riqueza. Sempre parasitaram o contribuinte.
    O Trump não entra em acordos que chupam o contribuinte dos EUA e não trazem vantagens nenhumas do ponto de vista climatérico. Parabéns Trump.

    • Creio que foi Gandhi que disse algo parecido como um idiota no poder deixaria os idiotas contentes por se sentirem bem representados. covfef para si também.

  2. Depois da denúncia americana do escândalo dos carros alemãs ,,,,( grupo wv ) cheios de moral .
    Agora acabam de fazer algo bem pior.
    Querem ser os senhores do mundo, tudo à vontade e no interesse dos estados unidos.
    Bem do que poderíamos esperar de um magnata mimado? que para chegar onde chegou deve ter explorado pessoas , feito subornos.

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