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Mais vagas permitem entrada a 56 mil estudantes no superior

José Sena Goulão / Lusa

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Reforço de vagas foi incentivado pelo Governo e constitui uma resposta à elevada procura de alunos, que este ano se candidataram ao ensino superior em números que já não se registavam há 25 anos.

O recém anunciado reforço de vagas no ensino superior vai permitir a entrada de mais de 56 mil estudantes no próximo ano letivo face ao acréscimo de 3080 lugares — o que constitui um aumento de 6%. Trata-se de um número superior ao estimado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2000 vagas), que revelou os números um dia após o prazo dado às instituições para atualizarem a respetiva oferta.

Segundo avança o Público, apenas o Iscte — Instituto Universitário de Lisboa não acrescentou vagas às disponibilizadas inicialmente, mantendo-se com os mesmos 1129 lugares. No espectro oposto, as universidades que adicionaram mais vagas foram a Universidade de Lisboa e a Universidade do Porto, as maiores do país. Respetivamente, as instituições acrescentaram 368 e 414 vagas. Totalizam, assim, 7304 e 4406 lugares para o ano letivo 2021/2022.

De forma proporcional à dimensão da instituição de ensino, os maiores reforços acontecem na universidade do Algarve (aumenta em 17% a oferta) e na Universidade da Madeira (aumenta 13% a oferta).

Os reforços por curso são pequenos, com as maiores alterações a registarem-se nos cursos de Engenharia, como Engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) — que viu a oferta mais do que duplicar — e Engenharia Civil na Universidade do Porto, que aumentou a sua oferta em 37 lugares.

Em comunicado, o Governo fez saber que 160 das 3080 novas vagas surgem nos cursos com maior concentração de alunos, já que entre eles estão quatro dos que, no ano letivo anterior, tiveram as médias de ingresso mais elevadas. É o caso de Engenharia Física Tecnológica e Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico e, da Universidade do Porto, Bioengenharia e Engenharia e Gestão Industrial.

Segundo a mesma fonte, pelo terceiro ano consecutivo, o Governo estimulou os cursos com procura “de excelência” — cujos alunos têm média igual ou superior a 17 valores a candidatarem-se em primeira opção — a aumentar o número de vagas até 15%. No entanto, dos 672 lugares que poderiam ser adicionados, apenas 238 foram utilizados.

À semelhança do que aconteceu no ano passado e com o objetivo de responder à elevada procura, as instituições de ensino puderam canalizar para o concurso nacional de acesso os lugares que estavam originalmente destinados a concursos especiais, destinados, por exemplo, aos indivíduos com mais de 23 anos ou alunos internacionais.

No atual concurso de acesso, 63.878 estudantes apresentaram a candidatura a uma licenciatura ou a um mestrado integrado, o que corresponde ao número mais elevado em 25 anos. Os estudantes podem, através do site da Direção Geral do Ensino Superior, alterar a sua candidatura entre terça e quinta-feira da próxima semana. Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso são divulgados no final deste mês.

ZAP //

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