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Em contrarrelógio, os mais ricos da Índia fugiram do país em jatos particulares

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Piyal Adhikary / EPA

Na Índia, os mais ricos pagaram grandes quantias para fugir do país, numa altura em que se vive uma segunda onda devastadora da pandemia de covid-19.

Vários países proibiram os voos vindos da Índia, na sequência de preocupações com as novas variantes do vírus, e o preço das viagens para os destinos que ainda aceitam passageiros vindos deste país asiático disparou.

Na semana passada, houve uma verdadeira corrida para chegar ao Reino Unido, antes de o país colocar a Índia na “lista vermelha”. Segundo o The Times, foram fretados pelo menos oito jatos particulares para realizar a viagem de nove horas, sendo que cada um dos aviões terá custado cerca de 115 mil euros para fretar.

Um dos jatos executivos – um Bombardier Global 6000 de 13 lugares – pousou no aeroporto de Luton, em Londres, apenas 45 minutos antes do prazo. Outro Bombardier Global 6000, registado em nome de um proprietário privado, aterrou em Luton vindo de Mumbai às 2h15, uma hora e 45 minutos antes da proibição ser introduzida.

No total, quatro jatos viajaram de Mumbai, três de Nova Deli e um de Ahmedabad nas 24 horas anteriores à introdução da proibição.

O Reino Unido adicionou a Índia à sua “lista vermelha” de viagens no dia 19 de abril, com um aviso prévio de quatro dias. Segundo o Independent, depois das 4h do dia 23 de abril, apenas residentes e cidadãos do Reino Unido poderiam fazer a viagem, estando sujeitos à quarentena obrigatória.

França, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Estados Unidos, Hong Kong, Singapura, Canadá, Maldivas e Austrália também limitaram as viagens.

A Índia contabilizou 352.991 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo a nível mundial, numa altura em que o país se debate com falta de oxigénio e de recursos para combater a doença. Registou ainda 2.812 mortes, um novo máximo nacional desde o início da pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde indiano.

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, batendo recordes de mortes e contágios durante cinco dias consecutivos, e levando vários países a oferecerem ajuda ao gigante asiático.

No domingo, o Governo britânico disse que enviou mais de 600 peças de equipamento médico de emergência, incluindo respiradores. No mesmo dia, os EUA decidiram enviar recursos médicos e matérias-primas para fabricar vacinas, retribuindo a ajuda que receberam no início da pandemia. A União Europeia organiza o envio urgente de medicamentos e oxigénio, com França e Alemanha prometido dar ajuda de emergência.

Liliana Malainho, ZAP //

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8 Comments

  1. Com os direitos humanos da Índia o ocidente não se preocupa. É a maior democracia do mundo, pelo que está tudo bem, os direitos humanos não interessam. Eles até são grandes amigos do ocidente deixando explorar até ao tutano a mão de obra barata. As vacinas são lá fabricadas, mas vacinados estarão uma ínfima parte.
    Aonde estarão os milhões de vacinas que eles fabricam a troco de umas miseras rupias? Para aonde vão?

      • 1 bilhão e 200 milhões de habitantes. Para mais que para menos.
        Índia. Maior produtor de vacinas a nível mundial sem doses para a própria população no auge da pandemia.
        Maior democracia do mundo e em desigualdade também. Todos se calam porque o seu governo permite toda a espécie de abusos por parte dos países que os exploram.
        Por aqui, por exemplo, há quem esteja mais preocupado com algum ventilador vindo da China, ‘que não esteja a ser utilizado’, do que mostrar alguma sensibilidade por aquilo que se está a passar na Índia.

  2. Não os poderiam ter encaminhado para Marte uma vez que andam tão empenhados em colonizar o planeta? Afinal eles fabricam vacinas certamente graças às empresas ocidentais que para lá bateram asa a cobro da globalização aproveitando a exploração de mão de obra barata, mas agora os miseráveis indígenas vêm-nas sair porta fora e eles a agonizar de morte com falta de assistência. Sempre os mais fracos a serem traídos!

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